quinta-feira, 30 de junho de 2016

Dramatização da conversão de Xavier

A CONVERSÃO DE SÃO FRANCISCO XAVIER POR SANTO INÁCIO DE LOYOLA

Narrador: Os progressos de Xavier nos estudos e no mundo lisonjeavam a sua vaidade a ponto de o distancia-lo das coisas de Deus.
N: Num dia, Inácio depois de lhe ter falado por longo tempo sobre as vaidades do mundo, com tão mau resultado como sempre, terminou com as mesmas palavras celestes:

Inácio: - De que serve ao homem ganhar todo o universo, se vier a perder a sua alma? - Vós o compreendereis um dia, Francisco.

Xavier: -  e De que serve ao homem estar a pregar todo o dia e perder o seu tempo? (tom de mofa)

Inácio: - Cumpre com o seu dever, Francisco.

N: Francisco continuou sem dar atenção às conversas de Inácio, seu colega de quarto na universidade de Paris. Inácio não desiste e em tudo quer servir a Francisco

(CHEGANDO) Miguel: - Francisco, estava te procurando, vamos a Festa, não se lembra?
 - Inacio, vamos também.

Inacio: Oh, não tenho alguns afazeres agora a noite.
(SAEM E DIZ)
Xavier: Ele nunca perde a missa, todos os dias esta lá.
(ENTRA RÁPIDAO O MENSAGEIRO) - Francisco, tenho noticias. Seus pais...
(XAVIER INTERROMPE E OLHANDO PRA TRAZ DIZ)
Xavier: há, meu amigo, já sei, deixe o dinheiro da mesada que meus pais mandaram na minha cama (E SAE)
Mensageiro: não era isso
Inacio: o que foi então?
Mensageiro: é que os pais dele mandou dizer que não tem mais como pagar os estudos dele aqui.
Inacio: deixe que eu resolvo isso!

N: Inácio, então, como fazia todas as noites, após longo dia de estudos, saiu para trabalhar num moinho. Trabalho pesado, mas que, podia pagar seu estudos.
(INACIO ENTRA COM UMA MOCHILA DE DINHEIRO)
N: Bem, ao fim da noite Inacio chega do trabalho com seu pagamento e desta vez,
Vendo que seu colega de quarto não tinha mais recursos, resolve dar do fruto de seu suor, aquela quantia para Xavier se manter, sem avisar-lhe da real situação de seus pais.
(INACIO COLOCA A MOCHILA NA CAMA DE XAVIER E VAI PARA SUA CAMA E AJOELHA-SE REZANDO)
(DEPOIS DISSO XAVIER CHEGA, SENTA NA CAMA, OLHA A BOLSA E DIZ)
Xavier: Que bom, que meu mensageiro deixou aqui o dinheiro que minha mae mandou!
O ultimo que tinha acabei de gastar.
(olhando para Inacio diz)
Xavier: Inacio, por que não se diverte? Foi a missa e ainda ta ai ajoelhado
(Inacio levanta)
Inacio: caro amigo, “De que serve ao homem ganhar todo o universo, se vier a perder a sua alma?” - Vós o compreendereis um dia, Francisco
Xavier: De novo com essas conversas?
Inácio (aproximando afetuosamente de Xavier): - Francisco, o vosso coração é muito bom... é em extremo sensível, muito nobre, muito grande, muito generoso para se prender à terra! Não foi feito para este mundo!
N: E ele nada mais dizia. Xavier já percebia que  todas as suas ambições, por mais grandiosas que fosse, não o completava, e mesmo sem assumir, já refletia que Inacio, mesmo sem as glorias do mundo estava sempre a acolhe-lo afetuosamente e com rosto sempre alegre, apesar da sua frágil saúde e trabalho ardoroso.
Inacio: amanha mesmo me dirás “De que serve ao homem ganhar todo o universo, se vier a perder a sua alma?
Xavier: não deixarei para amanhã, Inacio. Reconheço que você tem razão.
Mas entenda que não posso abandonar tudo para viver um mundo de ideias tão estreitas.
Inacio: Estreitas, Francisco. Elas dizem respeito a este mundo e a vida eterna que há por vir, e chama isso de estreitas. Me diga, De que serve ao homem ter riquezas, fama, poder, se vier a perder a sua alma? Isto sim, é que é ideias estreitas que acabam com a morte.
Xavier: ah Inacio, veja como anda, pobre, todo maltrapilho, nunca poderei concordar com esse tipo de vida. Além disso, você sabe que na Espanha me espera o trono no Reino de Navarra.

N: Os dias passam... Francisco descobre que seus pais não mandavam, a algum tempo, a sua mesada e sabe que é Inacio, com trabulhos pesados, que o mantem nos estudos, mas de forma secreta. Xavier, então, pôde estudar melhor as perfeições de Inácio, e quanto mais o admirava, mais se arrependia da injustiça das zombarias que lhe dirigira tão inconsideradamente, tornou-se amável e atencioso para com ele, estimava-o verdadeiramente, mas não passava além. Inácio não conseguia, portanto, o que mais ambicionava, mas não desiste. Percebe que Francisco estar inquieto.

Inacio: o que lhe atormenta Francisco? Parece triste.
Xavier: é que me arrependo de vos ter conhecido e apreciado tão tarde, me arrependo das zombarias e injustiças que fiz contra ti. Mas não me vejo vivendo desse jeito.
Inácio: - A vossa ambição é nobre, eu não a contesto; mas a que se dirige para o Céu, para a eternidade, não a é ainda mais? é isto digno duma alma como a vossa?

Inácio: - Deus vos pede que façais por Ele todo o sacrifício desde já.

N: Falando-lhe deste modo, Inácio aproximou-se do seu jovem amigo e tomou-lhe a mão que sentiu estremecer entre as suas, adivinhando a luta que se travava naquele coração tão ardente de 27 anos. Francisco não respondeu.
Inácio: - O vosso silêncio responde por vós;


N: Francisco converteu-se à gloria de Deus, não questionava mais. Então, Inácio levantou-se, deu alguns passos pelo quarto, e depois parando, ficou a contemplar o seu jovem amigo que parecia absorvido nas suas reflexões. Não tardou, porém, muito que os seus olhares se encontrassem. Francisco tinha os olhos cheios de lágrimas. Inácio aproximou-se então dele e abriu-Lhe os braços, aos quais Xavier se deixou atrair, entregando-se completamente comovido... O homem do mundo, que pouco antes se confessara vencido, rendia-se agora por completo. Dias depois, Francisco declarava-se abertamente como um dos discípulos do seu caro mestre na vida espiritual. Podia, finalmente, entregar a Deus e entregar-lhe toda inteira aquela formosa alma que conhecia ser predestinada a coisas muito grandes, e que pelos desígnios da Providência, devia ir, mais tarde, fundar o reino de Jesus Cristo no meio das nações pagãs da India, Malásia, Indonésia e Japão, onde percorreu imensas distancias, vindo a morrer desprovido de tudo numa ilha da China em 03 de dezembro de 1552. 

Xavier e as crianças

O Missionário São Francisco Xavier e as Crianças 

1) Família, formação e vocação São Francisco nasceu numa família nobre, muito católica, coberta de glórias e feitos de guerra. Ao contrário dos irmãos que seguiram a tendência da família, ele desprezou a carreira militar para dedicar-se aos estudos. Na verdade, Francisco Xavier nasceu com uma séria vocação para a vida religiosa, vocação que só viria a desabrochar quando conheceu Santo Inácio de Loyola. Este, através da graça, o fez refletir sobre o vazio da vida mundana. Interessante será o catequista mostrar como todos, sem exceção, nascemos com uma vocação. Vocação, nada mais nada menos, significa um chamado de Deus. Lembrar de Abraão, como o Senhor o chamou para ser o Patriarca do povo eleito, do qual nasceria o Messias. Outro exemplo de vocação: Nossa Senhora, chamada a ser Mãe de Deus e de todos os homens. Temos também o exemplo do próprio Santo Inácio, que converteu São Francisco Xavier e fundou a Companhia de Jesus (jesuítas). Através dessa ordem religiosa, os jesuítas converteram milhões de pagãos e ímpios para a fé verdadeira. 

2) Aptidão não é o mesmo que vocação no sentido pleno da palavra É preciso explicar que vocação no sentido pleno da palavra não é uma mera aptidão, é um chamado de Deus. Uma pessoa pode ter aptidão para música, outra para ser professor de matemática, biologia, etc. A vocação dada por Deus é algo muito mais belo e sublime, pois nos torna mais semelhantes a Ele. Se São Francisco Xavier não tivesse correspondido à graça do chamado divino, e fosse, por exemplo, um excelente professor de filosofia, hoje não nos lembraríamos mais dele (já se passaram quase 500 anos). Foi por descobrir sua vocação que Santo Inácio deixou a aptidão dele para a vida militar, e depois abraçou o sacerdócio e a vida religiosa. Se Inácio de Loyola não tivesse correspondido, milhões de pessoas não teriam conhecido o cristianismo. Pode-se também ilustrar o assunto vocação mostrando como Cristo chamou muitos para segui-lo, como os Apóstolos, como Santa Maria Madalena, etc. São Pedro tinha uma grande aptidão para a pesca, mas Nosso Senhor o chamou para ser chefe de sua Igreja. Se São Pedro não tivesse seguido a Cristo, teria morrido pescador... 

3) Viagens missionárias São Francisco Xavier não vestiu nenhuma armadura, nem empunhou nenhuma espada, mas foi um grande soldado de Cristo. Toda a bravura e coragem de um guerreiro se encontravam unidas no seu ardor missionário. Enquanto muitas pessoas vivem preocupadas em fazer dinheiro, ajuntar tesouros, que sem dúvida ficarão para outros, ele passou a vida imitando a Cristo, evangelizando, curando, aconselhando, confortando, em uma palavra, fazendo o bem (At. 10,38). 4) Obstáculos e sofrimentos Importante tratar com os alunos sobre o papel das dificuldades na vida. “Quem vence sem luta, triunfa sem glória”, diz um belo ditado. São Francisco passou por inúmeras dificuldades para evangelizar com sucesso: resistências, perseguições, doenças, ingratidões, traições, etc. Assim é a vida, feita de alegrias e infelicidades. Mas devemos imitar a São Francisco, que não desistia nunca de cumprir sua missão. Se não fosse a morte, ele teria ido para a China fazer apostolado, mesmo sabendo que poderia ser preso e morrer como mártir, já que, naquela época, o imperador proibia que se pregasse a doutrina cristã naquele país. Outra sugestão será de incentivar, de forma natural, os alunos a repetirem para os outros de sua família o que aprenderam na catequese, seguindo o método de São Francisco. Isso, claro, desde que não cause problemas para o aluno. Vocabulário: Aptidão: Capacidade natural para alguma coisa; disposição, habilidade, talento. Ardor missionário: Amor, energia, zelo e entusiasmo para evangelizar e converter. O verdadeiro ardor missionário vem acompanhado das virtudes da fé, esperança e caridade (amor de Deus). Ímpio: Que, ou quem não tem fé; incrédulo, descrente, herege, ateu.

segunda-feira, 27 de junho de 2016

Ardor missionário de Xavier: Zelo ardente "pela maior gloria de Deus"

Aqui inúmeros povos se acham abismados nas trevas da idolatria por falta de apóstolos que os esclareçam.
Que de vezes me vem ao pensamento, que, se eu o pudesse, transportar-me-ia à Europa; e a despeito de passar por louco, quereria percorrer as academias e dizer a todos aqueles sábios, especialmente aos de Paris, e a todos aqueles homens que têm mais doutrina do que caridade:
"É devido a vós que uma infinidade de almas são excluídas do reino dos Céus!" Ah! prouvera a Deus!, digo a mim mesmo muitas vezes, que esses doutores tivessem tanto empenho pela salvação das almas, como têm pelas ciências humanas! Um dia terão eles de dar contas bem rigorosas da ciência que adquiriram e dos talentos que lhes foram confiados! É possível que esta idéia os assustasse e comovesse! é possível que se entregassem por alguns momentos à oração e ouviriam então a voz de Deus! Talvez fizessem um esforço sobre si mesmos; desprender-se-iam dos seus hábitos terrestres e se entregariam inteiramente à disposição da vontade de Deus. Chegariam, finalmente, a exclamar do fundo do coração:
"Senhor, eis-me aqui; eu sou vosso todo vosso! Mandai-me para onde quiserdes, até mesmo para as Índias!"
Grande Deus! Quanto a vida lhes seria agradável! que paz gozariam! Com que tranquilidade e confiança eles se apresentariam ao juízo do Deus vivo, do qual ninguém poderá esquivar-se! Então, como o servo do Evangelho, diriam com alegria: Senhor, vós me concedestes cinco talentos, eis aí como eu adquiri outros cinco .
...Deus sabe que, na impossibilidade de voltar à Europa, tenho pensado muitas vezes em escrever para á Universidade de Paris, e particularmente aos nossos doutores Corne e Picard para lhes fazer ver o prodigioso e infinito número de almas que seria fácil chamar ao conhecimento de Jesus Cristo, se os homens estivessem menos ocupados da sua glória pessoal do que da de Deus.

Rogai, pois, meus amados irmãos, rogai ao Senhor das conquistas para que envie obreiros para o seu campo! 

As múltiplas ações de São Francisco Xavier

FRANCISCO JASSU D'AZPILCUETA Y JAVIER

São Francisco Xavier nasceu em 07 de abril de 1506, na Espanha. Era filho de uma nobre família herdeira do Castelo de Xavier. Aos 18 anos foi estudar Filosofia na França, tornando-se notável professor da Universidade de Paris. A fama e o poder mudaram seu rumo, mas aos 27 anos de idade conheceu Santo Inácio de Loiola que o convenceu a mudança profunda de seus costumes, passando a dedicar-se inteiramente a Deus. Inácio de Loiola dizia: “Francisco do que vale você ganhar fama e poder neste mundo, se não salvar tua alma”
Em 1934, fundaram a Companhia de Jesus, que são os missionários Jesuítas. Logo de imediato começaram a missão com voto de pobreza e castidade. Foi para Roma na Itália a fim de ordenar-se padre e ficar a disposição do Papa para evangelizar em terras distantes do Oriente.
No dia 7 de Abril de 1541, dia do aniversário do nosso Santo; completava 35 anos de idade. Partiu de Portugal para a maior missão de toda a historia da igreja. Passou por diversos paises, regiões e ilhas como: Moçambique na África, Índia, Indonésia, Malásia, Japão e dezenas de outras aldeias e ilhas do oceano Pacífico. Morreu chegando à China a 03 de dezembro de 1552, aos 46 anos de idade, vitima de uma febre devido as inúmeras viagens no mar.
Foi o Santo que mais viajou para pregar o evangelho e é considerado o maior de todos os missionários depois de São Paulo Apóstolo. Seu corpo ainda está preservado quase 500 anos depois da morte e é exposto a visita a cada dez anos na Índia.

Ações feitas por Francisco Xavier:
·         Enfermeiro - Cuidava de doentes em hospital da Itália, no navio e em Moçambique


·         Confessor - Confessava os viajantes, e o povo ateu que se convertia

·         Conselheiro - Orientava os reis e convertia-os a abandonar os deuses falsos
Xavier, conselheiro de D. João III, rei de Portugal
·         Catequista - Dava catequese as crianças
·         Pedinte – pedia esmolas para ajudar vitimas de massacres na Índia
·         Sacerdote – à tarde e aos domingos celebrava a missa nos povoados onde passava.

* Missionário peregrino - passou 1 de cada 3 dias no mar em viagens missionárias
·         Piedoso – visitava os presos e confessava nas prisões

·         Batizador – levou o batismo a mais de 50.000 pagãos tornando-os cristãos
·         Orador – passava muitas horas da noite isolado em oração e jejum
·         Pregador - juntava muitas pessoas em pregação em praça pública
·         Escritor - Detalhou os 10 anos de missão em inúmeras cartas. Com isso, conseguiu mais missionários para o Oriente.
·         Taumaturgo - 800 milagres confirmados foram aprovados por Roma, somente em uma região onde passou. 27 ressurreições invocadas depois da morte do santo e outras mais quando estava em missão
·         Fundou varias escolas para formação religiosa principalmente na Índia
Seminário jesuíta na Índia - "O colégio de Goa está quase concluído. Educam-se ali crianças de muitas nações, que são assim arrancadas às trevas do paganismo. Uns aprendem somente a ler e a escrever; outros aprendem o latim". - carta de Xavier 

·         Construiu dezenas de capelas simples por onde passava

Era Chamado de Santo Padre por onde evangelizava, ainda em vida.
Exemplo de vida em Cristo.

Relação de Xavier com as seitas idólatras (Hindus e muçulmanos)

Brâmanes: classe idólatra - 
CARTA DE 12/01/1544, EM COCHIM NA ÍNDIA

"Entre os pagãos deste país [Índia], existe uma classe de homens que se denominam brâames ou brâamanes, eles guardam os templos e servem neles. É uma raça perversa e má, que me faz dizer muitas vezes, dirigindo-me a Deus: Senhor, livrai-me desta carta ímpia, desses homens traidores e perversos.
Toda a sua ciência e habilidade consiste em envolver nas suas ciladas a gente sincera e ignorante. Em nome dos seus deuses fazem levar para os seus templos tudo quanto desejam, e eles, suas mulheres e seus filhos vivem assim a expensas do povo, a quem persuadem que as suas estátuas comem e bebem como os mortais.
Além disto os pobres ignorantes não se atrevem a tomar as suas refeições antes de oferecer ao ídolo uma moeda de dinheiro. Os brâmanes não cessam de aterrar os crédulos, ameaçando-os com toda a espécie de males, se falam à generosidade para com os deuses; e o povo, oprimido pelo terror, apressa-se em satisfazer a cobiça desses impostores.
Os brâmanes desta Costa. estão furiosos contra mim, porque tenho manifestado e provado as suas torpezas. Quando estão a sós comigo, confessam-me, sem escrúpulo, que não vivem senão das suas mentiras; concordam que são ignorantes e dizem-me que eu somente sei mais do que todos eles juntos. Muitas vezes me enviam presentes que eu recuso sempre, a seu pesar, porque eles desejam impor-me obrigações para me orçar ao silêncio. Esforçam-se em lisonjear-me e dizem-me muitas vezes:
Sabemos perfeitamente que não há mais que um Deus, e nós lhe rogaremos por ti.
A todas as suas lisonjas eu respondo como convém, e continuo a trabalhar em desvendar os olhos ao povo.
Uma grande parte daqueles pobres ignorantes recebeu já o batismo mas muitos resistem ainda pelo temor que lhes inspiram os brâmanes.
Desde que estou nestas terras não tenho podido converter mais do que um brâmane, mancebo bastante novo que ensina às crianças os primeiros elementos da religião cristã.

Orientação aos Brâmanes - Quando percorro as povoações dos neófitos [recém convertidos], passo de ordinário por entre os pagodes que aqueles impostores habitam. Há pouco tive a idéia de entrar em um daqueles templos, onde duzentos brâmanes se achavam reunidos. Muitos saíram ao meu encontro, e depois da troca de algumas palavras indiferentes e de cumprimentos perguntei-lhes a que preceitos os seus deuses ligam a felicidade futura.
Travou-se imediatamente entre eles uma discussão tão acalorada como prolongada para resolverem o que me responderiam; finalmente foi concedida a palavra ao mais idoso.
O velho octogenário pergunta-me então, por sua vez; o que nos prescreve o Deus dos cristãos. Conhecendo eu para onde se dirigia o seu ardil respondi-lhe que não o satisfaria enquanto não respondesse à minha questão. Forçado a descobrir-me a sua ignorância, disse-me que os deuses não exigiam mais do que duas coisas: a primeira não matar as vacas, cuja forma eles tomam; a segunda fazer bem aos brâmanes, que são os seus servos e seus favoritos.
Aquela resposta penalizou-me profundamente! Experimentei no fundo da minha alma uma pungente dor, vendo até que ponto o demônio cega os homens! Pedi então aos brâmanes que me ouvissem, e recitei em voz alta o Símbolo dos Apóstolos e os Mandamentos de Deus. Depois expliquei-lhes em poucas palavras o paraíso, o inferno e o juízo final. Disse-lhes quais seriam os que gozarão da bem-aventurança eterna, e os que serão votados aos suplícios que terão a duração da eternidade, à intensidade do fogo sem fim.
A estas últimas palavras, todos eles se levantaram e todos em chusma me vieram abraçar, exclamando que o Deus dos cristãos é o único Deus verdadeiro, e que as suas leis estão em perfeita harmonia com a razão.
Perguntaram-me se as almas dos homens morriam com o corpo, assim como as dos animais.
Naquele momento Deus me sugeriu um raciocínio para lhes responder tão à medida dos seus desejos e inteligência, que ficaram todos convencidos da imortalidade da alma. Os argumentos pelos quais se busca convencer os ignorantes, não devem ter nunca a sublimidade dos que os nossos doutores empregam nos seus livros; é preciso, antes de tudo, avaliar a capacidade intelectual dessas pobres inteligências.
Os brâmanes ainda me perguntaram, como era que acontecia, que no sono, nós víamos pais e amigos, e nos comunicávamos com eles, - o que, meus amados irmãos me acontece muitas vezes para convosco-; - se Deus é branco ou negro; porque os Índios, que geralmente são negros, atribuem aquela cor às suas divindades. Os seus ídolos pintados de negro e untados dum óleo infecto, têm um aspecto hediondo e repugnante!
Depois de haver satisfeito a todas as suas instâncias, chamei-os a abraçar uma religião que eles próprios reconheciam ser a única verdadeira. A isto me opuseram os frívolos pretextos de que muitos cristãos temem uma mudança de vida; que isto daria que falar e eles perderiam o único recurso que lhes dá com que viver.

Seita dos brâmanes: Em toda a Costa não encontrei senão um brâmane com alguma instrução e que se diz ter sido discípulo dum nobre e célebre colégio. Procurei vê-lo em particular e ele se prestou da melhor vontade, e sobre as questões e perguntas que lhe dirigi, me respondeu que eles estavam todos comprometidos por um juramento e não podiam revelar nada das suas doutrinas; mas, que por amizade e como exceção para comigo, me falaria abertamente.
Fiquei assim sabendo que o primeiro dos seus mistérios é que não existe senão um só Deus, criador do céu e da terra, a quem somente devem um culto, e que os seus ídolos são só as imagens dos demônios. Possuem monumentos que olham como livros sagrados, e que contêm as leis que eles crêem divinas. Para as ensinarem, servem-se duma língua tão pouco vulgarizada como é o latim entre nós.
O meu brâmane desenvolveu-me também em seguida os seus preceitos divinos, que não vale a pena repetir-vos. Observam e guardam o sétimo dia, recitando nesse dia a seguinte súplica, que repetem por várias vezes: Deus, eu te venero, eu imploro o teu socorro para sempre.
Em virtude do seu juramento recitam esta oração em voz baixa para que ninguém a possa ouvir. O seu livro contém uma profecia anunciando que um dia todos os povos da terra professarão uma única e mesma religião.
O mesmo brâmane me pediu que lhe explicasse também os preceitos do Cristianismo, prometendo-me guardar o mais absoluto segredo. Respondi que nada lhe diria, se ele me não prometesse o contrário, de publicar, por toda a parte e em alta voz o que soubesse da nossa religião. Com a sua promessa, lhe expliquei as seguintes palavras do divino Salvador, e que é a essência do Cristianismo: Aquele que crer e que tiver sido baptizado será salvo. Dei-lhe esta máxima e o Símbolo dos Apóstolos com um extenso comentário; ajuntei o Decálogo e fiz-lhe ver a relação que existe entre o dogma e a moral.
Um dia veio ele procurar-me; disse-me que tinha sonhado que era já cristão, que se achava associado aos meus trabalhos e que experimentara nisto a maior alegria.

Rogou-me em seguida que o admitisse secretamente nos nossos mistérios; mas como esta condição era ilícita, não concedi o batismo. Estou convencido que Deus lhe concederá algum dia a graça de o fazer cristão. Recomendei-lhe que ensinasse aos inocentes e aos ignorantes que não há mais que um Deus, criador do céu e da terra, e que reina nos céus. Este homem seria já cristão se não se visse retido pelo temor de ser perseguido pelos demônios, faltando ao seu juramento". 

MUÇULMANOS



São Francisco Xavier sobre os muçulmanos: peste grosseira e escravizadora que vive na ignorância de seus dogmas

São Francisco Xavier, igreja do Gesù, Roma
São Francisco Xavier, igreja do Gesù, Roma




Excerto de carta de São Francisco Xavier SJ, aos padres e irmãos da Companhia de Jesus em Roma.

 Ela foi escrita em Amboine (também Amboina ou Ambon), nas Ilhas Molucas, no dia 10 de maio de 1576.

A Carta é a nº 58 do epistolário do apóstolo da Índia, Japão e China.

As Ilhas Molucas hoje fazem parte da Indonésia.


9. Sobre as Molucas, é um arquipélago considerável, quer dizer, um país constituído por um número infinito de pequenas ilhas; mas não é certo que elas não se liguem ao continene por algum lado.

Todas essas ilhas são muito povoadas. Seria fácil reuni-las sob o império da Cruz, se houvesse misionários e se nossa Sociedade pudesse instalar uma casa.

É por isso que eu consagraria todos meus esforços para obter uma fundação nesta extremidade do mundo; eu vejo desde já a perspectiva da expansão de suas conquistas.

10. Em Amboine, de onde vos escrevo,os pagãos são bem mais numerosos que os maometanos e têm horror deles, porque os obrigam a usar o turbante, ou os reduzem à escravidão. 

Pois a maioria dos idólatras sente um horror igual pelo nome de Maomé e da escravidão; e se tivessem missionários, eles entrariam sem esforço no rebanho de Jesus Cristo, cuja doutrina lhes causa infinitamente menos repugnância que a do pretenso profeta. . .

Há setenta anos que essa peste maometana veio infeccionar esta ilha; antes, todo o país era pagão. É de Meca, cidade da Arábia onde se conserva a execrável carcaça de Maomé, que saíram esses cádis ou sacerdotes muçulmanos, que vieram aportar nestas regiões sua infame doutrina e perverter a multidão. 

Esses sarracenos, conquistadores sobre as ruínas da idolatria, são grosseiros, vivem numa ignorância completa dos dogmas do islamismo, do qual só fazem uma profissão exterior; é com base na própria ignorância deles que eu deposito minhas esperanças de atraí-los ao rebanho da Igreja.

11. Das demais coisas, eu vos daria maiores detalhes, para que, participando de minha preocupação, vós concebais, do mesmo modo que eu, toda a tristeza que dá a um cristão a perda diária de tantas almas.

Ah! que aqueles que aspiram a vir em nosso socorro não hesitem e não duvidem, ainda que não sejam profundamente versados nas belas letras e nas belas artes!

Eles saberão que já estão suficientemente penetrados delas vindo aqui pela causa de Jesus Cristo, pois só terão que tratar com homens pouco instruídos, para os quais é inútil fazer uma demonstração de ciência e espírito.

Se cada ano este país visse chegarsomente doze homens, o islamismo seria destruído dos pés à cabeça, e a Cruz reinaria nestas regiões; crimes abomináveis dos quais a ignorância é a única causa não sujariam mais esta nação; não se veria mais entre os habitantes desta ilha crueldades, barbáries, perfídias de arrepiar. (…)

(Apud “Cartas de S. Francisco Xavier, Apóstolo das Índias e do Japão, traduzidas da edição latina de Bolonha de 1795” par A.M.F***, Editor T. I, Paris-Lyon, 1828, Carta LVIII, p. 234 e ss.)
.

domingo, 26 de junho de 2016

Comunidade de Resina comemora 15 anos de patronato de São Francisco Xavier

2ª Campanha Xaveriana da devoção a São Francisco Xavier

A Comunidade de Resina, localizada no município de Araci, estado da Bahia, no Brasil, estará realizando homenagens a seu padroeiro SÃO FRANCISCO XAVIER em comemoração dos 15 anos de patronato deste santo na Comunidade.
Em 17 de junho de 2001, os moradores se reuniram e escolheram São Francisco Xavier, um santo totalmente desconhecido da devoção popular dessa região. O único São Francisco lembrado por aqui é justamente o "de Assis".
Mas a escolha contou com o conhecimento histórico de Silênio Ferreira de Lima, fundador da comunidade, e base patriarcal da vivencia religiosa da comunidade. Ele ja devia saber da existência deste santo, pois lhe era um nome habitual, dado a seu pai. Outra importante fonte de conhecimento foram as pesquisas na internet feitas por Adilson Lima, neto de Silênio e idealizador da construção da capela. Foi ele quem conseguiu as primeiras informações sobre este santo, inclusive um retrato de Xavier.
A programação em homenagem ao Santo por intermédio dos 15 anos de sua nomeação como padroeiro da comunidade, feita em 17 de junho de 2001, por motivo de, uma semana depois, acontecer a primeira missa na capela, o que resultaria na benção de consagração (inauguração) da Capela da comunidade, idealizada desde o ano 1999. A dita homenagem iniciada em 19 de junho de 2016 com uma missa festiva, por ocasião dos 15 anos da nomeação e da primeira missa na capela (23/06/2001) seguirá até o dia 03 de dezembro de 2016, quando festejaremos o 15º ano da realização da festa de São Francisco Xavier.
No decorrer desse período, serão feitas 05 peregrinações com a imagem em comunidades vizinhas onde será feita uma celebração especial voltada para a difusão da devoção ao santo, através de palestras, leituras de sua vida, hinos e ladainha, característicos de São Francisco Xavier.

São Francisco Xavier
15 anos
Como padroeiro da Resina

Homenagens:
De 17 de junho a

04 de Dezembro de 2016
 Data
Dia
Evento
Comunidade 
17/Jun
19:30 hs / Sex
Abertura das homenagens ao padroeiro
(15 anos da nomeação do patronato)
Resina
19/Jun
10:00 hs / Dom
Missa (15 anos da 1ª missa na Resina)
Resina
02/Jul
19:30 hs / Sab
1ª Peregrinação da imagem
Bela Vista
23/Jul
19:30 hs / Sab
2ª Peregrinação da imagem
Laranjeira
31/Jul
14:30 hs / Dom
Homenagem a Sto. Inácio de Loyola
Resina
27/Ago
19:30 hs / Sab
3ª Peregrinação da imagem
Caldeirão
24/Set
19:30 hs / Sab
4ª Peregrinação da imagem
Poço do Capim
22/Out
19:30 hs / Sab
5ª Peregrinação da imagem
Barreiro Branco
04/Nov
19:30 hs / Sex
Mês penitencial Xaveriano
Resina / casa
11/Nov
19:30 hs / Sex
Mês penitencial Xaveriano
Resina / casa
18/Nov
19:30 hs / Sex
Mês penitencial Xaveriano
Resina / casa
25/Nov
19:30 hs / Sex
Mês penitencial Xaveriano
Resina / casa
01/Dez
19:00 hs / Qui
1º dia do Tríduo em louvor a S. F. Xavier
Resina
02/Dez
19:00 hs / Sex
2º dia do Tríduo
Resina
03/Dez
19:00 hs / Sab
3º dia do Tríduo
Resina
04/Dez
16:00 hs /Dom
15º ano da Missa festiva a S. F. Xavier
Resina

Homenagens em 2011 - 10 anos de patronato
Palestra sobre a vida de S. F. Xavier, em 2011
(1ª campanha missionária em comemoração dos 10 anos do padroeiro na comunidade)

comemoração dos 505 anos do nascimento de Xavier
em 2011

Peregrinação com a imagem de Xavier




Procissão da chegada  da Imagem de S. F. Xavier na Capela
em 2005

primeira festa do padroeiro na Resina
Em 01 de dezembro de 2001


primeira missa festiva do padroeiro na comunidade de Resina
1º de dezembro de 2001, Pe. Miguel F. Amaral

junho de 2001, época da nomeação de Xavier como nosso padroeiro
A capela foi a 3ª casa do povoado