carta 20 continuação
O Governador desta Índia é muito
amigo dos que se fazem cristãos. Fez mercê de 4.000 peças de ouro20 cada ano
e, estas, para que apenas se gastem e dêem àquelas pessoas que, com muita
diligência, ensinam a doutrina cristã nos lugares dos recém-convertidos à fé. É
muito amigo de todos os da nossa Companhia. Deseja muito que venham a estas
partes alguns da nossa Companhia, e assim me parece que o escreve ao Rei.
O colégio para indígenas em Goa, confiado a Micer Paulo
9. No ano
passado, escrevi21 acerca de um colégio, que se está a fazer na cidade de Goa,
no qual há já muitos estudantes. São de diversas línguas, e todos de geração de
infiéis. Entre eles, internos no colégio, onde há muitos edifícios feitos, há
muitos que aprendem latim e, outros, a ler e escrever. Micer Paulo está com
estes estudantes do colégio: diz-lhes Missa todos os dias, e confessa-os, e
nunca deixa de dar-lhes doutrina espiritual. Tem [também] o encargo das coisas
corporais de que têm necessidade os estudantes. Este colégio é muito grande:
nele podem viver mais de quinhentos estudantes. Tem rendas suficientes para os
manter: são muitas as esmolas que a este colégio se fazem, e o Governador favorece-o
largamente. É caso para todos os cristãos darem graças a Deus Nosso Senhor pela
fundação desta casa, que se chama o Colégio da Santa Fé. Antes de muitos anos,
espero da misericórdia de Deus Nosso Senhor que o número de cristãos se há-de
multiplicar grandemente e as fronteiras da Igreja se hão-de ampliar por meio
dos que neste santo colégio estudam.
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