quinta-feira, 1 de setembro de 2016

11 Milagres de Ressurreições operados em vida por São Francisco Xavier

Antônio de Miranda era o catequista do nosso Santo, e por este título lhe era duplamente querido.
Uma noite, foi mordido por uma víbora que lhe causou a morte; o veneno desses répteis é mortal nas Índias. O Santa Padre é chamado; vai imediatamente, mas não vai ocupai-se dos seus funerais; precisa dele para a instrução dos índios, a glória de Deus e a salvação das almas carecem dos seus trabalhos
- "Antônio, diz-lhe o Santo, com voz forte e vibrante, em nome de Jesus Cristo, levantai-vos!"
E Antônio que morrera na noite precedente, levantou-se cheio de vida. As manchas do veneno que o matara desaparecem no mesmo instante. A multidão, presente aquele prodígio, solta gritos de alegria e de admiração ; lança-se aos pés do Santo Padre, chama-o o grande Deus, e ele vê-se obrigado a explicar-lhe que não é mais que o instrumento do grande Deus que reina nos Céus e que o enviou às Índias para se fazei conhecer, fazer-se amar, fazer-se servir por todos que o ouvem, e para bem doutros ainda, aos quais espera levar o seu nome.

10 - Mais 03 ressurreições: 
sinal de conversão - Em uma outra aldeia morreu uma menina dumas febres violentas e perniciosas do país; a família desesperada, apela para o santo Padre; ele corre e ressuscita a morta, em presença dum imenso número de pagãos, que crêem imediatamente no Deus de Xavier e solicitam a graça do batismo.
Igual prodígio se repete para com um rapaz que perecera da mesma doença, e do mesmo modo numerosas conversões coroam este milagre.
Duma outra povoação vieram pedir ao Santo para que acudisse a dar a vida a uma criança. Na véspera caixa aquele pobre inocente em um poço, donde o tiraram morto; porém o Deus do santo Padre ressuscitara outros e pode também ressuscitar este. Os pagãos ali estão, esperando e não querendo acreditar nos prodígios que tantos outros viram e de que procuravam convencê-los.
Francisco Xavier não os faz esperar; chega com o mensageiro, e vendo que a criança está moita, ora por alguns instantes a poucos passos do cadáver; depois levantando-se, ordena à morte que deixe o menino, e à vida que se aposse dele, e a morte e a vida obedecem à ordem de Xavier invocada em nome de Jesus Cristo
Os pagãos não chamavam dali em diante o Santo apóstolo, senão o grande Deus da natureza. 

14 - Ressurreição (no Sri Lanka) ~1544
Em Coulão, próximo do Comorim, encontrou maior resistência; pregava já por espaço de alguns dias, sem ver cair a seus pés senão um pequeno número de idólatras.
Xavier não estava habituado a ver que a palavra de Deus obtivesse tão poucos frutos; sua alma contrista-se.
Um dia; cercado de pagãos que o ouviam com indiferença, o seu semblante parece inflamar-se repentinamente, sua vista fixa-se no céu e exclamou derramando copiosas lágrimas de dor: "Senhor! todos os corações são vossos! Podeis, se quiserdes, aplacar os mais obstinados, enternecer os mais duros! Dai hoje esta glória ao sangue de Jesus Cristo, ao nome do vosso divino Filho!"
E voltando-se para os seus ouvintes, diz:
- Ora bem! Não acreditais na minha palavra? Crede então no que pode ser acreditável! Que provas de verdade quereis vós que vos apresente?
Naquele momento, lembra-se que na véspera um homem fora enterrado nas proximidades do sítio em que estava a falar:
- Abri, disse ele, aquela sepultura que fechastes ontem: tirai dali o corpo, mas certificai-vos primeiro se ele está realmente morto!
Os índios dirigem-se logo em grande número à sepultura que haviam encerrado na véspera, e tiram dali o cadáver:
- Grande Padre, ele cheira já muito mal; não há dúvida que está morto, dizem eles ao Santo que se tinha aproximado do grupo.
- Colocai-o além.
Depositaram o corpo no chão, aos pés do apóstolo, que ajoelhou por um momento, e depois levantando-se cheio de segurança, dirigiu-se ao cadáver:
- Em nome do Deus vivo, te ordeno que te levantes para provar as verdades que prego!
No mesmo instante o morto levanta-se, cheio de vida, cheio de saúde, cheio de vigor, e a multidão bate palmas, chora, tripudia, lança-se aos pés de Xavier e pede o batismo, gritando e exclamando que o único e verdadeiro Deus é o do grande Padre.

15 - ressurreição de um Jovem em Mutan na India-
Morrera na mesma Costa, em Mutan, na antevéspera, um jovem cristão. Conduziam-no para o túmulo que lhe era destinado, acompanhado dum numeroso séquito de parentes e amigos, porque o falecido pertencia a uma das mais consideradas famílias da cidade.
Xavier encontra o préstito, e comove-se da dor profunda do pai e da mãe, que acompanhavam também os tristes e últimos restos do filho; olha para eles com terna compaixão e os desconsolados pais sentem, naquele momento, passar ante si um raio de esperança. Lançam-se aos pés do Santo e abraçando os seus joelhos, dizem-lhe:
- Grande Padre! restituí-nos nosso filho! Se dirigirdes uma palavra de oração a Deus, ele o ressuscitará! Grande Padre! uma só palavra de oração!
Xavier, enternecido por uma tão grande dor, renova o milagre operado outrora pelo Salvador do mundo, para com a viúva de Naim. Toma água benta, faz um sinal da cruz, asperge o morto e tomando-o pela mão ordena-lhe que, em nome de Deus, se levante, e o rapaz ergue-se, e Xavier entrega-o à sua ditosa família!
No mesmo lugar onde ele foi ressuscitado fez a sua família erigir uma magnífica cruz, e ali vinha, de muito longe, orar e agradecer a Deus um tal milagre. Todo o reino de Travancor quis ver e conhecer de perto o grande Padre, e todos que o vissem prostravam-se a seus pés pedindo o batismo.
Poucos meses foram bastantes para que o ilustre apóstolo conquistasse para Jesus Cristo toda aquela extensão do país.


18 - Ressurreição de uma criança
meio mais rápido para conversão de família muçumana - O Padre Xavier deixara Cochim para ir reunir-se armada portuguesa em Nagapatão, em um navio que tocava a ilha da Vaca; desembarcou ali e percorreu o interior da ilha. Encontrou uma família chorando inconsolável a morte duma criança cujos tristes despojos iam ser entregues à terra.
Aquela dor comoveu o nosso Santo; ele consola a família banhada em lágrimas, sabe que é muçulmana e ordena à criança morta que ressuscite em nome de Jesus Cristo Filho de Deus; a criança ressuscita àquele nome.

O apóstolo não tem tempo de instruir aquele povo; porém deixando-lhe a lembrança do prodígio, espera pelo futuro e volta ao mar implorando a misericórdia infinita para aquele povo, que não tivera tempo de evangelizar.



26 - Ressurreição de uma jovem filha única  
...e ocupavam-se ainda dela, quando se soube que uma mãe, no desespero de ver morrer a sua única filha, corria por todos os lados à procura do santo Padre, que se dizia ausente. Ele estava efetivamente ausente e a criança morreu deixando a mãe louca de dor, e perguntando todos os dias pela volta do santo Padre. Finalmente soube da sua chegada; corre ao hospital, põe-se de joelhos aos pés de Xavier e diz-lhe, como outrora a irmã de Lázaro a Nosso Senhor:
- Meu Padre! se vós tivésseis estado aqui, minha filha, minha única filha, não morreria! Eu vos suplico, meu santo Padre, restituí-ma! Se vós quiserdes invocar tão somente o nome de Jesus, ela ressuscitará! Eu vos suplico, meu Padre, fazei-o!
A alma do nosso Santo regozija-se pela sinceridade daquela fé; o seu coração comove-se por uma tão grande dor; eleva os olhos para o céu, invoca o santo nome de Jesus, e diz àquela desconsolada mãe:
- Ide, feliz mãe, vossa filha está viva.
- Mas, meu Padre, há já três dias que ela está sepultada!
- Não importa; ide, fazei abrir a sepultura e aí a achareis viva.
A mãe corre à igreja, faz levantar a pedra que cobre o corpo de sua querida filha e encontra-a cheia de vida e de saúde. As testemunhas deste facto eram numerosas; todos o atestaram sob juramento.
Tão grandes milagres converteram um grande número de judeus e maometanos; ninguém resistia à vista daqueles prodígios constantemente renovados


40 - Ressurreição de uma japonesa, filha única
Um fidalgo japonês, ainda idólatra, perdera a sua única filha, e achava-se quase louco de dor. Dois neófitos, seus amigos, falam-lhe dos milagres de Francisco Xavier e induzem-no a pedir ao Santo a ressurreição de sua filha.
O desgraçado pai agasta-se com os seus amigos; supõe que a fé do Cristianismo lhes alterara a razão, pois que no Japão ninguém ouvira ainda falar na ressurreição dos mortos. Nunca nenhum ídolo fizera coisa semelhante, nunca os bonzos haviam lido nos livros dos sábios uma maravilha daquele gênero: os mortos não podem ressuscitar.
Contudo, os cristãos conseguem inspirar-lhe tal confiança nos prodígios do santo Padre, que o pagão vai lançar-se a seus pés aos gritos de dor que faziam cortar o coração.
Xavier comove-se: afasta-se por um momento com Fernandes, e voltando-se pouco depois para o fidalgo japonês
- Ide, diz-lhe simplesmente o Santo, comprimindo a comoção que experimenta. Ide, vossa filha vive.
- Como?! Ela não pode viver, pois que vós não invocastes para isto o Deus dos cristãos!
- Ela está viva, repete Xavier.
E o desditoso fidalgo retira-se cheio de raiva:
- O bonzo cristão mangou comigo, dizia ele; não invocou o seu Deus; não veio tocar a cabeça de minha filha, como faz aos doentes, e diz-me que ela está viva!
E dirigia-se para sua casa, fulo de raiva contra o chefe dos bonzos cristãos, quando encontra várias pessoas da sua família que lhe vinham anunciar que a menina voltara à vida. Pouco depois, vê sua filha em pessoa correndo para ele:
- Se vós soubésseis, meu pai, lhe diz ela, abraçando-o, se soubésseis o que me aconteceu! Eu estava mortal Dois horríveis demônios se haviam apossado de mim e arrastavam-me para um abismo de fogo! Via-me já perdida, quando dois homens de nobre aparência, e com olhares meigos e compassivos me arrancaram de suas mãos. No mesmo instante, voltei à vida como se despertasse dum soro, sentindo-me no mais perfeito estado de saúde l
- Minha filha! Minha querida filha! Tu estavas bem aporta, é verdade, e o chefe dos bonzos cristãos te ressuscitou por prodígio do seu Deus, que é muito mais forte e mais poderoso que os nossos; vamos agradecer-lhe!
E o pai e a filha vão procurar Xavier, que estava ainda cm companhia de Fernandes. Logo que os viu, a menina exclamou
- Ei-los! Eis-aí aqueles que me livraram das mãos dos demônios! Reconheço-os perfeitamente!
Em seguida prostra-se a seus pés, solicitando instantemente, assim como seu pai, a graça do batismo, que lhes foi concedido logo que a sua instrução o permitiu.
Este milagre produziu um grande abalo no povo, que até então não tinha ouvido falar da ressurreição e em cuja língua não existia mesmo a palavra que exprimisse aquela idéia.

Xavier era, pois, para os cangoximenses, inclusive os pagãos, um verdadeiro Deus, muito mais poderoso do que Amida e Chaca, suas maiores divindades. 

49 - Ressurreição de um jovem chamado Francisco Xavier (Malaca, 1552)
Xavier pensava em preparar a sua viagem para a China, quando entrando um dia por uma rua donde ouvia gritos de dor, procurou a causa e soube que uma devota mulher, que estava desde muito tempo sob a sua direção, acabava de perder repentinamente seu filho (que fora batizado com o nome de Francisco Xavier).
Francisco Xavier tinha imprudentemente tocado aos lábios a ponta duma flecha indiana, e morrera quase instantaneamente: a flecha estava envenenada.
Xavier (nosso santo) entra naquela casa de dor, comove-se de tantas lágrimas, e diz ao morto (seu xará):
"Francisco! em nome de Jesus Cristo, levanta-te!"
Francisco levanta-se, e tendo recuperado uma vida que lhe foi restituída para a glória de Deus, vai consagrá-la toda inteira na Companhia de Jesus.

51 - Ressurreição e reaparecimento de uma criança que caiu no mar (viagem para Sancião, 1552)
...um só, conquanto intimamente convencido, faz exceção: não podia confessar-se cristão na sua pátria, e conserva-se infiel. Poucos dias depois, o seu único filho, de idade de cinco anos, brincando muito próximo da amurada, cai ao mar, e nenhum esforço humano o pôde salvar. O pai encerrou-se por três dias com o seu desespero, e tornou a aparecer, mas sempre inconsolável. As doenças ocasionadas pela falta de água tinham matado tanta gente, que, marinheiros e passageiros, ocupados de seus pesares pessoais, pouca atenção haviam prestado àquele acidente.
Os árabes, além disso, não se comunicavam com os portugueses e coxas os índios, entre os quais a maior parte ignorava a perda do menino.
O Santo apóstolo, retirado em uma câmara no momento daquela desgraça, ignorava-a também, e vendo o pobre infiel desfeito em lágrimas, pergunta-lhe, com a sua ordinária bondade, o motivo de tão grande dor. O infeliz pai desfaz-se em soluços:
- É, respondeu um marinheiro, porque ele perdeu há dias um seu filho; caiu ao mar.
A desesperação do árabe parece redobrar então, os seus gritos penetram o coração de Francisco Xavier, que toma afetuosamente a mão do pobre pai e lhe pergunta com a sua meiga voz:
- Prometeis-me crer em Jesus Cristo e submeter-vos à sua lei, se Ele vos restituir vosso filho?
- Oh! sim, prometo! Sim! eu serei cristão... Mas passaram já três dias!... É impossível!... Temos avançado tanto depois disso!... Ele está bem longe! meu pobre filho...
- Tende confiança em Deus e em Jesus Cristo seu Filho, replicou o nosso Santo; pedi-lhe que vos restitua vosso filho, e prometei-lhe reconhecer a sua lei e abraçá-la de todo o vosso coração.
Três dias depois, antes de nascer o sol, achavam-se sobre o convés somente os marinheiros de serviço... Dão um grito de surpresa... O filho do árabe, aquela criança que eles tinham visto desaparecer entre as ondas, seis dias antes, esta ali, a alguns. passos!... É ele!... interrogam-no. A criança nada sabe: lembra-se somente que caiu ao mar, mas não sabe como voltou para o navio: é tudo quanto pode dizer.
O pai louco de alegria e fiel à sua promessa, pede o batismo para si, para sua mulher, seu filho é seu escravo. O menino recebeu o nome de Francisco, em lembrança daquele a quem devia a vida. 
Em seguida surgem no ancoradouro da Ilha de Cinchea, a equipagem comunica aos insulanos e aos mercadores estrangeiros, que aí estavam em grande número, os dois grandes milagres operados em alguns dias pelo apóstolo das Índias;, mostram. o menino ressuscitado e a água do mar tornada tão doce e tão agradável que se não conhecia outra comparável; acrescentam que muitos marinheiros e passageiros a conservam em memória do prodígio de que tiveram a felicidade de ser testemunhas, e também ela esperança de que ela curava os doentes, pois que, nas pela se viram curas maravilhosas operadas pelos objetos que o santo Padre havia tocado.
Todos os habitantes de Cinchea se dirigem em multidão à praia para verem, ao menos de longe, o Santo de quem  lhes diziam tão admiráveis coisas; ...


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