No Império do Sol Nascente
Assim,
enfunadas as velas de sua alma pelo sopro do Espírito Santo, com heróica
generosidade Francisco Xavier fez de sua existência um contínuo "fiat mihi
secundum verbum tuum", lançando- se sempre, de ousadia em ousadia, à
conquista de mais almas, para a maior glória de Deus.
Certo dia, estando na cidade de
Malaca, apresentaram-lhe um homem de olhos oblíquos e mirada inteligente, que
havia percorrido centenas de milhas tendo por único intuito encontrar-se com o
célebre e venerável ocidental que perdoava os pecados... Seu nome era Hashiro e
sua terra natal, o Japão.
Imediatamente,
vislumbrou Francisco a riqueza que seria para a Igreja se o povo representado
por esse intrépido neófito fosse santificado pelas águas do Batismo. Escreveu
então a seu fundador, em janeiro de 1549: "Não deixaria eu de ir ao Japão
pelo muito que tenho sentido dentro de minha alma, ainda que possuísse a
certeza de que haveria de passar pelos maiores perigos da minha vida, porque
tenho grande esperança em
Deus Nosso Senhor que nessas terras há de crescer muito nossa
santa fé. Não poderia descrever quanta consolação interior sinto em fazer esta
viagem ao Japão".
Lutando
contra adversidades de toda ordem, mais de dois anos passou Francisco no
remotíssimo Império do Sol Nascente, fundando igrejas, anunciando a verdadeira
fé a príncipes e nobres, a pobres camponeses e inocentes crianças. Em carta de
novembro desse mesmo ano, declarou a seus irmãos residentes em Roma: "Pela
experiência que temos do Japão, faço-lhes saber que seu povo é o melhor dos
descobertos até agora".
Entretanto,
tendo como objetivo conseguir mais missionários para essa promissora terra,
partiu de volta à Índia, deixando no Japão, que não mais o veria, uma robusta e
florescente cristandade.
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