quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Xavier com o Crucifixo vence a Espada dos invasores


13 - Impede a guerra impondo o Crucifixo

Guerra aos cristãos: “a nossa arma é o crucifixo” - Neste meio tempo os Badegás, contra os quais as medidas do rei de Tranvancor haviam sido improfícuas, fizeram uma nova invasão à Costa e atacaram precisamente os pescadores de Travancor, do lado do Cabo Comorim. Desta vez era um exército sob o comando do naire de Madurá, capitão de conhecida experiência; ruão se tratava, pois, duma surpresa, mas sim duma guerra aberta e declarada.
O rei de Travancor reuniu as suas tropas, pô-las também em pé de guerra e marchou contra o inimigo. Anuncia-se a Xavier esta aflitiva notícia. O apóstolo cai de joelhos, e prostrando a fronte no pó, exclama:
"Senhor! lembrai-vos que sois o Deus das Misericórdias infinitas, o protetor de vossos fiéis cristãos! não abandoneis, pois, à raiva daqueles lobos devoradores o rebanho de que me fizestes pastor! Que os novos cristãos, tão fracos ainda na fé, não se arrependam de a ter abraçado! Que os infiéis não tenham a superioridade de oprimir aqueles que depositam as suas esperanças somente em Vós!"
Depois desta oração, ergueu-se cheio de força, de coragem e de resolução; seu semblante parecia refletir um raio divino:
"Segui-me! disse ele aos cristãos que o cercavam naquele momento; segui-me! Deus é por nós!"
E tomando o seu crucifixo, partiu à testa dos seus cristãos, como o conquistador marcha em busca da vitória. Chegado à planície, pela qual vinham os inimigos formados em linha de batalha, Xavier avançou até ao alcance da voz, ali se deteve, elevou o seu crucifixo, e em tom dum soberano. que fala aos rebeldes, disse:
- Suspendei! Em nome do Deus vivo proíbo-vos que avanceis um só passo mais! e, em seu lugar, vos ordeno que retireis imediatamente!
Os inimigos, fulminados por aquelas palavras, não se atrevem a avançar nem podem retirar-se...
- Que vem a ser isto? Gritavam os que estavam na retaguarda. Para diante!
- Não podemos avançar um só passo, respondem os da primeira linha; temos diante de nós um gigante vestido de negro, e que lança pelos olhos flechas de fogo!...
Parecia inacreditável o que ouviam, e por isso alguns de entre os mais intrépidos avançam e vão tomar a vanguarda das tropas... Porém o gigante formidável aparece-lhes ameaçador e terrível!
Eis que se resolvem a fugir, e se precipitam uns sobre os outros, despedindo gritos de raiva e de terror; a confusão e a debandada torna-se horrorosa e eles atropelam-se e despedaçam-se; a voz do chefe não é ouvida, e cada um cuida da sua segurança e salvação pessoal, acrescendo que não podem efetuar a fuga senão através de mil dificuldades. Os neófitos (recém batizados), satisfeitos por seu lado, correm a anunciar e a propalar este maravilhoso acontecimento por todas as aldeias vizinhas; a noticia chega ao longe, e o rei de Travancor, que chegava, logo depois, à frente dos seus para combater os Badegás, exclama que quer ver o grande homem que acaba de operar aquele prodígio. 

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