São Francisco Xavier
I. EM MALACA - CURA OS DOENTES - MORTA QUE RESSUSCITA
O nosso infatigável Santo desembarcou em Malaca, a 25 de Setembro, depois da mais feliz viagem, e com a consolação de haver operado muitas conversões no mar, entre os marinheiros e passageiros...
Apresentou-se, sem demora, em casa do governador da cidade, a fim de obter dele os meios de seguir para Macassar; mas o governador, fazendo-lhe saber que um outro santo Padre estava já em missão naquela ilha, e que nenhum capitão sairia com aquele destino senão dali a alguns meses, Xavier conheceu que a vontade de Deus era que ele trabalhasse em Malaca, e no mesmo dia começou as suas pregações.
Estabeleceu-se no hospital, entre os pobres e os doentes, que para ele eram sempre os membros sofredores de Jesus Cristo; e neste pensamento chegou a amá-los com tão grande afeição que, se pudesse, não os deixaria nunca mais.
Na mesma tarde percorreu as principais ruas da cidade, agitando, de vez em quando, uma pequena campainha e repetindo em alta voz: " Orai pelas pobres almas que estão em pecado mortal!"
A voz do apóstolo era suave, melodiosa, penetrante como uma voz do Céu, e os pecadores que o ouviam nas horas de prazer e de loucas dissipações, sentiam-na vibrar como um remorso no fundo da sua alma, não obstante a agitação exterior a que se entregavam.
A reputação de Xavier havia-o precedido desde muito em Malaca; havia também muito tempo que desejavam e esperavam ver ali, um dia, aquele a quem chamavam o santo Padre, e que todas as Índias portuguesas olhavam como o seu bem e sua propriedade. Por isso, desde a manhã do dia imediato ao da sua chegada, via-se o povo dirigir-se em massa para o hospital; todos desejavam ver o santo Padre dos portugueses e dos indianos, cujos inumeráveis prodígios tinham produzido tão grande eco por todos os países tributários de Portugal; todas as mães queriam apresentar-lhe seus filhos.
O amável Santo não se recusou a este empenho. Malaca era uma cidade perdida de vícios; ele desejava reformar os seus costumes, e para isto carecia de conquistar desde logo os corações.
Sabendo que o largo do hospital estava repleto de povo, que pedia em grandes alaridos para ver o santo Padre, Francisco Xavier apresentou-se àquela multidão e dirigiu-lhe algumas palavras tão amáveis que produziramlágrimas. Depois aproximou-se das crianças que todas lhe estendiam os braços; abençoou-as e chamou a cada uma pelo seu nome de batismo, como se já as conhecesse.
As mães choram de enternecimento e de felicidade; as crianças mostram compreender e apreciar a graça concedida à sua inocência; agitam-se nos braços de suas mães, sorrindo para o apóstolo, que as abençoava, enquanto os de maior idade procuram aproximar-se dele para beijarem a orla inferior da sua pobre batina, e alguns mais felizes conseguem beijar as suas mãos. Ele ia a. entrar no hospital quando um grande grito partiu daquela vasta praça: -"Santo Padre! santo Padre! não vos retireis sem nos abençoar a todos!"
E toda aquela multidão se pôs de joelhos, e levantando as mãos para o santo Padre, suplicaram que abençoasse os pais assim como abençoara os filhos. Xavier lanceou-lhes a sua bênção, convidando-os a que viessem ouvir as suas pregações e instrução.
Desde a manhã seguinte o concurso foi prodigioso; a catedral não tinha capacidade para conter a multidão que se apresentava a ouvir o apóstolo
venerado; mas aqueles cuja presença ele mais desejava, porque eram os mais culpados, não se viam ali!... Contudo, a perseverança com que ele percorria, todas as tardes, as ruas da cidade agitando a sua campainha e repetindo: "Rogai a Deus pelas pobres almas que estão em pecado. mortal", foi coroada dos mais felizes resultados.
Em cada uma daquelas tardes muitos pecadores caíam em si ao ouvirem aquela voz que parecia vir do Céu para os tirar do abismo em que se achavam submergidos, escutavam o grito da sua consciência; viam o seu desgraçado estado, e apoderando-se das suas almas o arrependimento, fazia-os ir aos pés.
O nosso infatigável Santo desembarcou em Malaca, a 25 de Setembro, depois da mais feliz viagem, e com a consolação de haver operado muitas conversões no mar, entre os marinheiros e passageiros...
Apresentou-se, sem demora, em casa do governador da cidade, a fim de obter dele os meios de seguir para Macassar; mas o governador, fazendo-lhe saber que um outro santo Padre estava já em missão naquela ilha, e que nenhum capitão sairia com aquele destino senão dali a alguns meses, Xavier conheceu que a vontade de Deus era que ele trabalhasse em Malaca, e no mesmo dia começou as suas pregações.
Estabeleceu-se no hospital, entre os pobres e os doentes, que para ele eram sempre os membros sofredores de Jesus Cristo; e neste pensamento chegou a amá-los com tão grande afeição que, se pudesse, não os deixaria nunca mais.
Na mesma tarde percorreu as principais ruas da cidade, agitando, de vez em quando, uma pequena campainha e repetindo em alta voz: " Orai pelas pobres almas que estão em pecado mortal!"
A voz do apóstolo era suave, melodiosa, penetrante como uma voz do Céu, e os pecadores que o ouviam nas horas de prazer e de loucas dissipações, sentiam-na vibrar como um remorso no fundo da sua alma, não obstante a agitação exterior a que se entregavam.
A reputação de Xavier havia-o precedido desde muito em Malaca; havia também muito tempo que desejavam e esperavam ver ali, um dia, aquele a quem chamavam o santo Padre, e que todas as Índias portuguesas olhavam como o seu bem e sua propriedade. Por isso, desde a manhã do dia imediato ao da sua chegada, via-se o povo dirigir-se em massa para o hospital; todos desejavam ver o santo Padre dos portugueses e dos indianos, cujos inumeráveis prodígios tinham produzido tão grande eco por todos os países tributários de Portugal; todas as mães queriam apresentar-lhe seus filhos.
O amável Santo não se recusou a este empenho. Malaca era uma cidade perdida de vícios; ele desejava reformar os seus costumes, e para isto carecia de conquistar desde logo os corações.
Sabendo que o largo do hospital estava repleto de povo, que pedia em grandes alaridos para ver o santo Padre, Francisco Xavier apresentou-se àquela multidão e dirigiu-lhe algumas palavras tão amáveis que produziramlágrimas. Depois aproximou-se das crianças que todas lhe estendiam os braços; abençoou-as e chamou a cada uma pelo seu nome de batismo, como se já as conhecesse.
As mães choram de enternecimento e de felicidade; as crianças mostram compreender e apreciar a graça concedida à sua inocência; agitam-se nos braços de suas mães, sorrindo para o apóstolo, que as abençoava, enquanto os de maior idade procuram aproximar-se dele para beijarem a orla inferior da sua pobre batina, e alguns mais felizes conseguem beijar as suas mãos. Ele ia a. entrar no hospital quando um grande grito partiu daquela vasta praça: -"Santo Padre! santo Padre! não vos retireis sem nos abençoar a todos!"
E toda aquela multidão se pôs de joelhos, e levantando as mãos para o santo Padre, suplicaram que abençoasse os pais assim como abençoara os filhos. Xavier lanceou-lhes a sua bênção, convidando-os a que viessem ouvir as suas pregações e instrução.
Desde a manhã seguinte o concurso foi prodigioso; a catedral não tinha capacidade para conter a multidão que se apresentava a ouvir o apóstolo
venerado; mas aqueles cuja presença ele mais desejava, porque eram os mais culpados, não se viam ali!... Contudo, a perseverança com que ele percorria, todas as tardes, as ruas da cidade agitando a sua campainha e repetindo: "Rogai a Deus pelas pobres almas que estão em pecado. mortal", foi coroada dos mais felizes resultados.
Em cada uma daquelas tardes muitos pecadores caíam em si ao ouvirem aquela voz que parecia vir do Céu para os tirar do abismo em que se achavam submergidos, escutavam o grito da sua consciência; viam o seu desgraçado estado, e apoderando-se das suas almas o arrependimento, fazia-os ir aos pés.
Nenhum comentário:
Postar um comentário