O Padroeiro de Salvador
Vamos saber por que essa história e tradição do dia 10 de maio.
“São Francisco Xavier é o padroeiro da Cidade do Salvador, capital do estado da Bahia. Pouca gente sabe disso. Ignora-se também o porquê desse patrocínio. Ele foi um grande missionário – vale apena conhecer sua vida, sua história – e morreu de peste numa ilha do litoral da China.  Ainda nos tempos coloniais e do Brasil império, nossa cidade foi assolada, duas vezes, pela peste: uma em 1686 pela febre amarela e a outra, pela cólera morbus, em 1855. Como São Francisco Xavier morrera de peste, os jesuítas, sem duvida foram eles, sugeriram à população implorar a intercessão do santo.
O atendimento foi imediato. A peste cessou logo. Houve então um movimento popular que atingiu as autoridades locais ( no tempo o chamado Senado da Câmara) e foi dirigido ao papa de então, um pedido para que fosse declarado São Francisco Xavier padroeiro de nossa cidade.
Em bula solene,datada de 10 de maio, foi São Francisco Xavier proclamando padroeiro, quer dizer, protetor especial da capital da Bahia.  Nessa época, o povo e as autoridades, em grande regojizo, com grandes manifestações públicas, se comprometeram a celebrar, cada ano, no dia 10 de maio, esse valioso patrocínio do Santo Jesuíta, e realizar, à custa do erário da municipalidade, e sob sua égide, uma procissão e mais solenidades religiosas condizentes. (Há no Arquivo Publico esse documento de voto da cidade).  Por: Dom Geraldo Majella Agnelo – Cardeal Arcebispo de São Salvador da Bahia e Primaz do Brasil
Evergton Sales:
Este projeto pretende compreender os
motivos que concorreram para o fracasso devocional que parece
caracterizar até nossos dias o culto ao padroeiro da cidade de Salvador.
Numa importante obra sobre as procissões tradicionais da Bahia, João da
Silva Campos mostra que a procissão dedicada ao santo, realizada a 10
de maio de cada ano, embora tivesse mobilizado bom número de católicos
em alguns anos, durante a esmagadora maioria dos quase três séculos
decorridos entre a eleição do padroeiro e os dias em que escrevera seu
livro, a procissão havia sido esquecida ou realizada com participação
popular bastante restrita.
Sem dúvida, a devoção ao santo conheceu
um ou outro momento de fervor. Foi o caso, por exemplo, do ano de 1855,
quando irrompeu uma devastadora epidemia de cholera morbus na Bahia. A
leitura de João da Silva Campos conduz-nos a pensar que a devoção a São
Francisco Xavier na Bahia estaria intimamente relacionada a tempos de
crise. Trata-se, certamente, de uma hipótese interessante e que não
deixará de ser checada ao longo desta pesquisa.
Entretanto, se, por um lado, ela oferece
alguma explicação acerca do comportamento dos fiéis soteropolitanos
face ao santo padroeiro, por outro lado, ela não contribui para a
compreensão das causas que inviabilizaram uma prática devocional mais
fervorosa ao santo navarrês, deixando intocado, portanto, o problema
central deste projeto de pesquisa. Esta investigação não ficará
circunscrita ao plano de uma melhor compreensão de alguns aspectos da
história religiosa local.
Na verdade, o estudo do problema na
longa duração deverá contribuir, de modo mais geral, para o conhecimento
dos mecanismos de produção e reprodução de devoções a santos no Brasil,
em particular durante o período colonial e imperial.
São Francisco Xavier em Salvador
A Catedral Basílica Primacial de Salvador é hoje o maior templo construído pelos jesuítas no brasil. A denominação primacial procede do fato de se tratar da catedral da primeira Arquidiocese do Brasil, sendo ela a mãe de todas as Igrejas na circunscrição eclesiástica de Salvador.
Embora inaugurada em 1672, a catedral foi fundada em 1552 ocasião em que funcionava na Igreja da Ajuda. A imponente fachada da catedral é revestida com pedra de lioz importada de Portugal. Aliás, o mesmo mármore nobre do nosso batistério. Na fachada, sobre os nichos das três portas frontais vamos encontrar, em cada uma delas, os três santos jesuítas; Santo Inácio de Loiola, São Francisco Xavier e São Francisco de Borja. Internamente, o teto da nave contém uma impressionante decoração centrada com um monograma IHS (Iesus Hominum Salvator), símbolo da Companhia de Jesus.
Ainda hoje vamos encontrar muitos soteropolitanos que desconhecem ser São Francisco Xavier, o padroeiro de salvador. Após a cidade sofrer duas devastadoras epidemias de febre amarela e cólera, os jesuítas convocaram o povo para oração coletiva pedindo a intercessão de São Francisco Xavier. A dedicação dos jesuítas e a fé coletiva interrompeu de imediato a epidemia, e como em Malaca, a peste cessou.
Demonstrando gratidão ao santo, o povo de salvador pressionou os jesuítas para interceder junto ao papa. Assim sendo, ele foi instituído padroeiro de Salvador em 10 de maio de 1686 e, desde então, é celebrada a sua festa com procissão e missa solene nesta data.
Colaboração: Ubirajara de Carvalho
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