sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Os primeiros anos da santidade de São Francisco Xavier.

INCORRUPÇÃO DO CORPO DO SANTO - CULTO - MAIS MILAGRES



Até então o corpo de S. Francisco Xavier conservava todas as aparências de vida. Tinha a mesma frescura, as mesmas cores, a mesma flexibilidade dum corpo vivo, sendo de admirar aquela maravilha. D. Dias Carvalho tinha conhecido intimamente o Santo apóstolo e viajado muitas vezes em sua companhia. Vem a Goa para o ver, muitos anos depois da sua morte, e arrebatado de espanto e admiração, exclama: "Mas ele vive! que frescura! que cores! É ele! ... está, vivo!" O vigário geral de Goa, D. Ambrósio da Ribeira, aplica um dedo sobre a ferida feita ao santo corpo em Malaca... O sangue corre ao contacto do dedo, e sai também dela água. Este prodígio renova-se ao contacto do dedo de um Irmão da Companhia de Jesus. Expõe-se um dia o santo corpo à veneração empenhada dos fiéis de Goa. Uma mulher beija-lhe os pés, e esperando não ser vista arranca um fragmento de carne com os dentes e leva-o misteriosamente, considerando-se feliz por possuir aquela preciosa relíquia... Mas o sangue corre na presença de testemunhas. Era sangue puro, rico e belo!... São chamados os médicos, que certificam o milagre e atestam que é, a seus olhos, o maior dos prodígios. Em 1812, o Padre Aquaviva, Geral da Companhia de Jesus, pede à casa de Goa que envie a Roma o braço direito de S. Francisco Xavier. Este braço, que havia operado tão grandes prodígios, produziu então um novo e mais admirável ainda. O corpo foi encontrado com a mesma frescura, a mesma flexibilidade e as mesmas cores, como as de um homem vivo; cortase o braço pedido pelo superior geral e o sangue corre com tanta abundância como se o corpo estivesse cheio de vida! Embebem-se nele panos que os Padres de Goa enviaram a Filipe IV, rei de Espanha, e recolhe-se em um frasco que se remete com a mão à Casa de Roma. O braço foi dividido entre os colégios de Cochim, de Malaca e de Macau... O navio que conduzia aquela santa relíquia para a Europa foi encontrado e perseguido pelos corsários; ia ser presa deles quando o capitão exclama: "Leve-se o braço do santo Padre ao cesto da gávea! Ele porá os piratas em fuga". A ordem é executada; os piratas viram de bordo, afastam-se a todo o pano e não tornam a aparecer mais. A corte de Roma, solicitada pelos soberanos do Japão e pelo rei de Portugal, para proceder à canonização de Francisco Xavier, examinou o seu processo, reconheceu vinte e quatro ressurreições juridicamente provadas, e oitenta e oito milagres admiráveis operados durante a vida do ilustre Santo. Uma bula do Papa Paulo V, datada de 25 de Outubro de 1619, declara-o bem-aventurado. Foi canonizado por Gregório XV, a 12 de Março de 1622, com todas as cerimônias ordinárias, porém a sua morte retardou a publicação da bula, que foi dada por Urbano VIII, seu sucessor, com a data de 6 de Agosto de 1623. Aquela bula faz menção da maior parte dos milagres que aqui mencionamos, e acrescenta que um cego tendo invocado o apóstolo das Índias, Xavier, aparecendo-lhe, disse-lhe que solicitasse-a cura da sua enfermidade durante nove dias seguidos e prometeu-lhe que a obteria com esta condição. O cego obedeceu e recobrou a vista ao nono dia. Cita ainda um leproso que tendo-se servido, como de um linimento, do óleo da lâmpada que ardia junto do corpo do Santo, a sua lepra desaparecera. Finalmente a mesma bula menciona que as lâmpadas colocadas diante da imagem do santo apóstolo em Colate, ardiam muita vezes com água benta tão bem como com óleo; e que aquele milagre convertia um grande número de pagãos. Em 1670, por um decreto de 14 de junho, o Papa Clemente X fixou a festa de S. Francisco Xavier em 3 de Dezembro.

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