segunda-feira, 28 de março de 2016

História de são Francisco Xavier

São Francisco Xavier - Presbítero e Apóstolo do Oriente Nascimento 7 de Abril de 1506 em Javier . Morte 3 de Dezembro de 1552 emSanchoão, China . Festa litúrgica 3 de Dezembro Francisco Xavier nasceu no castelo da família em Xavier, no Reino de Navarra, a 7 de Abril de 1506, segundo o registo mantido pela sua família. Filho de famílias aristocráticas navarras, era o filho mais novo de Juan de Jasso (conselheiro da corte do Rei João III de Navarra) e de Maria de Azpilicueta y Xavier, única herdeira de duas famílias nobres de Navarra. Seguindo a tradição basca de atribuição do sobrenome, foi baptizado herdando o nome de sua mãe, de Xavier. O seu nome é correctamente escrito Francisco de Xavier e não Francisco Xavier, já que Xavier provém do nome da terra da qual a família é originária. Nem Francisco Javier, já que essa é a grafia castelhana. Além disso, Francisco de Xavier desempenhou o seu apostolado em território português e essa é a pronúncia portuguesa da mesma palavra. Estas palavras são importante, para bem definimos quem foi verdadeiramente, Francisco de Xavier, poderia está aqui a falar sobre resistência contra invasores, de conquistas, de destruição das muralhas do castela da família de Francisco, onde os seus irmãos foram encarcerados nas masmorras e condenados à morte, tendo sido libertos posteriormente.  Durante muito deste período conturbado, Francisco não se encontrava em casa. O pai de Francisco morrera quando este tinha apenas nove anos e sua mãe, querendo que o filho estudasse, procurara enviá-lo para a universidade. No entanto, apesar das boas universidades castelhanas, como a de Salamanca e a de Alcalá, a mãe de Francisco não desejara naturalmente instruí-lo nas escolas do invasor, pelo que, aos catorze anos, o enviara para o Colégio de Santa Bárbara, em Paris, dirigido pelo português Diogo de Gouveia. Foi preparado e cursou filosofia, literatura e humanidades, ademais dominava o francês, italiano, e alemão. Ficou em Paris, dando aula de filosofia. É neste período que tem como colegas de quarto o francês Le Fèvre e o basco Inácio de Loyola, que dão ao seu grupo o nome de Societas Jesus, latim para Sociedade de Jesus, que mais tarde se viria a tornar a Companhia de Jesus.  Santo Inácio envia São Francisco Xavier para a Índia Aqui vemos a mão de Deus na nossa vida, pois foi neste tempo que surgiu a Companhia de Jesus, congregação religiosa destinada ao ensino, à conversão e à caridade. Fazem voto de pobreza e pedem ao Papa que os reconheça oficialmente. Enquanto anseia o reconhecimento do Papa, que só acontecerá em 1541, o grupo parte para Veneza com o objectivo de alcançar a Terra Santa. É aí, a 24 de Junho de 1537, que Francisco de Xavier é ordenado padre. Não chegando a pisar a Terra Santa em virtude da guerra entre venezianos e turcos, o grupo parte para Roma, onde Francisco serve por um breve período. Vejamos como este homem de Deus viajou com o fito de pregar, de anunciar a vontade de Deus Em Roma, Francisco de Xavier sente-se muito abalado pela conquista do Reino de Navarra pelo Reino de Castela. É nesse momento que Dom João III, Rei de Portugal, depois dos sucessivos apelos aoPapa Paulo III para que este lhe envie missionários para espalhar a fé cristã pelos territórios descobertos pelos portugueses, é aconselhado entusiasticamente pelo director do Colégio de Santa Bárbara, Diogo de Gouveia, a chamar para os Reino de Portugal os jovens cultos e inteligentes da Companhia de Jesus, que este lhe recomenda. Dom João III pede assim ao embaixador de Portugal em Roma que sonde o grupo e é aí que Francisco de Xavier descobre um caminho para pôr em prática a sua vocação missionária. É escolhido por Inácio de Loyola e chega a Portugal em 1540. Francisco de Xavier parte de Liboa para a Índia no ano seguinte, a 7 de Abril, acompanhado de outros dois jesuítas, Francisco de Mansila e Paulo Camarate. Partem a bordo da nau Santiago, onde viajava Martim Afonso de Sousa, que ia tomar posse do cargo de governador na Índia. Em Agosto ancoraram junto da ilha de Moçambique. Nessa altura do ano, os ventos adversos impediram a continuação regular da viagem, tendo a nau invernado ali durante seis meses. Francisco dedicou o seu tempo ao auxílio e tratamento dos doentes. Tendo-se feito de novo ao mar, a nau voltou a aportar em Melinde. Aí, Francisco de Xavier conseguiu de imediato converter alguns africanos, e desejou por força lá permanecer, ao que não foi autorizado por Martim Afonso de Sousa, por essa decisão ser contrária às instruções do Rei. A nau Santiago ancorou em Goa, a então capital do Estado Português da Índia, a 6 de Maio de 1542. Sabe-se, através das cartas a Inácio de Loyola, que as primeiras impressões de Francisco Xavier sobre Goa foram muito favoráveis, tendo ficado entusiasmado com a quantidade de indianos que falavam português, com a quantidade de igrejas e de convertidos. No entanto, à medida que foi conhecendo melhor a cidade, apercebeu-se de que muitos dos convertidos praticavam ainda paralelamente cultos hindus e que muitos portugueses davam também eles mau exemplo, defendendo as virtudes cristãs mas não as praticando. Estrategicamente, decidiu assim dedicar-se numa primeira fase a reencaminhar os portugueses para a verdadeira fé, tendo só posteriormente iniciado o seu trabalho de conversão. Quando iniciou as conversões, dedicou-se primeiramente às crianças e só depois aos adultos. Todo o tempo que lhe sobrava era dedicado a visitar as prisões, a tratar dos doentes no Hospital Real e dos leprosos no Hospital de São Lázaro. É aí que começa a escrever um catecismo que veio a ser traduzido para várias línguas asiáticas. Primeira Missão  A 20 de setembro de 1543, parte na sua primeira acção missionária para a costa a que os portugueses chamavam “Costa de Pescaria”, na costa este do Sul da Índia, a norte do Cabo Comorim, território dos paravás. Nesta região, a prática da pesca era muito popular, prática essa que não era bem encarada pela religião hindu, que reprova a morte de animais. Os pescadores da região foram, portanto, muito receptivos à religião cristã, que não os criticava pela profissão que levavam, usava um peixe como um dos seus símbolos e cujos primeiros apóstolos eram pescadores de peixe tornados “pescadores de homens”.  São Francisco de Xavier entre os Indígenas Ficou a viver numa gruta nas rochas junto ao mar em Manapad, catequizando as crianças paravás intensivamente durante três meses em 1544. Concentrou-se então em converter o rei de Travancore ao Cristianismo, tendo visitando também o Ceilão (actual Sri Lanka). Insatisfeito com os resultados da sua actividade, partiu ainda mais para oriente em 1545, planejando uma viagem missionária a Macáçar, na ilha de Celebes (actual Indonésia). Francisco levou alguns destes paravás consigo até Goa, onde os pôs a estudar no seminário, tendo-se eles tornado por sua vez missionários. Sendo o primeiro jesuíta na Índia, Francisco cometeu alguns erros que levaram a que as suas missões não fossem mais bem sucedidas. Não respeitando a religião hindu, não tentou fazer a transição desta para o Cristianismo de forma gradual, caindo na tentação de apostar em fazer uma conversão demasiado rápida e brusca. Também não tentou converter primeiro as classes altas para depois chegar aos pobres. Pelo contrário, procurou converter os pobres directamente, como Jesus. Em outubro, aportou na também portuguesa Malaca. Tendo sido forçado a esperar três meses por um barco para Macáçar, desistiu desse objectivo e partiu de Malaca a 1 de janeiro de 1546 para as ilhas de Amboino, onde permaneceu até meados de junho. Visitou, depois, outras das ilhas Molucas, incluindo Ternate e Morotai. Pouco depois da Páscoa de 1546, regressou às ilhas de Amboino e, posteriormente, a Malaca. Nesse período, frustrado pelas elites de Goa, São Francisco escreve ao Rei Dom João III de Portugal pedindo que fosse instalada em Goa uma Inquisição. Esta Inquisição, à qual o rei se mostrou resistente, como se mostrara à sua presença em Lisboa, viria a ser instalada só oito anos após a morte de Francisco de Xavier. O trabalho de Francisco de Xavier inaugurou mudanças permanentes nas ilhas que configuram a Indonésia Oriental, tendo-se tornado conhecido como o “Apóstolo das Índias” quando, entre 1546 e 1547, trabalhou nas ilhas Molucas, cavando os alicerces para uma missão permanente. Baptizou milhares de pessoas. Depois de partir desta região, o seu trabalho foi continuado por outros, sendo que na década de 1590 já havia entre 50.000 e 60.000 católicos na região, sobretudo nas ilhas de Ambonio. Em dezembro de 1547, em Malaca, Francisco de Xavier conhece o aventureiro e futuro escritor Fernão Mendes Pinto, que regressava doJapão e trazia consigo um nobre japonês de nome Angiró, natural de Cagoxima. Angiró ouvira falar de Francisco em 1545 e viajara de Cagoxima para Málaca com o propósito de o conhecer. Angiró tinha sido acusado de assassínio e fugira do Japão. Abriu o seu coração a Francisco, confessando-lhe a vida que levara até ali, mas também os costumes e cultura da sua amada terra natal. Angiró é baptizado por Francisco Xavier e adopta o nome português de Paulo de Santa Fé. Angiró era samurai e, como tal, tornar-se-ia um valiosíssimo mediador e tradutor para uma missão ao Japão que assim se tornava cada vez mais próxima da realidade. “Perguntei a Angiró se os japoneses se tornariam cristãos se eu fosse com ele ao seu país e ele respondeu-me que eles não o fariam imediatamente, mas que primeiro me fariam muitas perguntas para saberem o que eu sabia. Acima de tudo, que eles quereriam saber se a minha vida corresponderia ao meu ensinamento”. Regresso à Índia Regressado à Índia em janeiro de 1548, passa os quinze meses seguintes com variadas viagens e tomando medidas administrativas na Índia. Devido ao que considerou um estilo de vida não-cristão por parte de muitos portugueses, que lhe impedia o trabalho missionário, viajou para o sudeste. Partiu de Goa a 15 de abril de 1549, parou em Málaca e visitou Cantão, na China. Foi acompanhado por Angiró, pelo padre Cosme de Torres, pelo irmão João Fernandes e por outros dois homens japoneses que estudaram em Goa para servirem de intérpretes. Levou também consigo inúmeros presentes para o “rei do Japão”, já que tencionava apresentar-se perante ele como representante da cristandade. Japão  A estátua de São Francisco Xavier (ao centro), Angiró (à esquerda) e Bernardo de Kagoshima (direita) no Parque Xavier (Cidade de Kagoshima, Japão). Alcançaram o Japão a 27 de julho de 1549, mas só a 15 de agosto é que foram autorizados a aportar em Kagoshima, o principal porto da província de Satsuma, na ilha de Kiushu. Foi recebido amigavelmente e ficou hospedado pela família de Angiró até outubro de 1550. Entre outubro e dezembro desse ano, residiu em Yamaguchi. Pouco antes do Natal, partiu paraQuioto, mas não conseguiu autorização para visitar o imperador. Regressou a Yamaguchi em março de 1551, onde o daimio daquela província o autorizou a pregar. Contudo, faltando-lhe a fluência na língua japonesa, teve de se limitar a ler alto a tradução do catecismo feita com Angiró. Francisco teve um forte impacto no Japão, tendo sido o primeiro jesuíta a lá ir em missão. Levou com ele pinturas da Virgem Maria e da Virgem com Jesus. Estas pinturas ajudaram-no a explicar o Cristianismo aos japoneses, já que a barreira de comunicação era enorme, visto o japonês ser uma língua diferente de todas as que os missionários tinham até aí encontrado. Os japoneses não se revelaram pessoas facilmente conversíveis. Muitos eram já budistas. Francisco Xavier teve dificuldade em explicar-lhes um conceito de Deus segundo o qual Deus criara tudo o que existe. Aos seus olhos, Deus seria então responsável também pelo Mal e pelopecado, algo que era para eles uma acção incompreensível da parte de Deus. O conceito de Inferno foi também difícil de explicar, pois os japoneses não aguentavam a concepção de que os seus antepassados podiam estar num Inferno eterno do qual era impossível libertá-los. Apesar das diferenças religiosas, Francisco de Xavier terá sentido que os japoneses eram um povo bom, como os povos europeus, e que por isso poderiam ser convertidos. Xavier foi bem acolhido pelos monges da escola de Shingon, por ter usado a palavra “Dainichi” para descrever o Deus Cristão. Depois de ter aprendido mais sobre as nuances da palavra, Francisco pasou a usar a palavra “Deusu”, da palavra latina e portuguesa “Deus”. Foi nesse momento que os monges se aperceberam que ele pregava uma religião rival. No entanto, Francisco sempre respeitou o povo que o acolheu, tendo aprendido japonês, deixado de comer carne e peixe, e cumprimentava os senhores com vénias profundas, tendo chegado em algumas circunstâncias a vestir-se com trajes japoneses, tudo para ser melhor aceite. Com a passagem do tempo, a missão de Francisco Xavier no Japão pôde ser considerada muito frutuosa, tendo conseguido estabelecer congregações em Hirado, Yamaguchi e Bungo. Xavier continuou a trabalhar durante mais de dois anos no Japão, tendo escrito um livro em japonês sobre a criação do mundo e a vida de Cristo, até a chegada dos jesuítas que o vieram suceder, cujo estabelecimento supervisionou. De novo na Índia É aí que decide regressar à Índia. Nessa viagem, uma tempestade força-o a parar numa ilha perto de Cantão, na China, onde já estivera. Encontra assim o rico mercador Diogo Pereira, um velho amigo de Cochim, que lhe mostra uma carta proveniente de portugueses mantidos prisioneiros em Cantão, pedindo um embaixador português que intercedesse a seu favor junto do Imperador. Mais tarde durante a viagem, pára de novo em Malaca a 27 de Dezembro de 1551 e estava de volta a Goa em Janeiro de 1552. É a 17 de Abril que parte com Diogo Pereira a bordo da nau Santa Cruz, a caminho da China. Apresenta-se como representante da cristandade e Pereira como embaixador do Rei de Portugal. É pouco depois que se apercebe que se esquecera das suas certidões que o confirmavam como representante da Igreja Católica na Ásia. De novo em Malaca, é confrontado pelo Capitão Álvaro de Ataíde de Gama que tinha agora controlo total do porto e se recusa a reconhecê-lo como representante da Igreja Católica e que exige a Pereira que resigne ao seu título de embaixador. O Capitão nomeia então uma nova tripulação para a nau e ordena que os presentes para o Imperador sejam deixados em Malaca. De volta a Goa, Xavier não baixou os braços, ocupando-se em enviar para várias regiões da Índia os muitos grupos de novos jesuítas recém-chegados à Índia, com o objectivo de fundarem missões. Ocupou-se também com a direcção do Colégio de São Paulo em Goa, que formava catequistas e padres asiáticos, promovendo ainda a tradução de livros religiosos para as línguas locais. Apesar da intensa actividade, Francisco Xavier acalentava o sonho de ir missionar na China, onde era proibida a entrada de estrangeiros. Parte a 14 de Abril de 1552, convencido de que conseguiria infiltrar-se secretamente e cativar chineses para o cristianismo. Desembarcou na ilha de Sanchoão e, quando se encontrava em negociações com um mercador chinês que prometera levá-lo consigo, foi atacado por febres violentas.  Caixão de São Francisco Xavier na Basílica do Bom Jesus de Goa Morte São Francisco Xavier morre a 3 de dezembro de 1552, numa humilde esteira de vimes, abraçado ao crucifixo que o velho amigo Inácio de Loyola, um dia, lhe tinha oferecido. Foi primeiramente sepultado em Sanchoão, mas, em fevereiro de 1553, os seus restos mortais, encontrados incorruptos, foram transportados da ilha e, temporariamente, sepultados na Igreja de São Paulo em Malaca. Uma campa aberta na igreja mostra ainda hoje o lugar onde São Francisco Xavier esteve sepultado. Depois de 15 de abril de 1553, Diogo Pereira vem de Goa, remove o corpo de Xavier e, a 11 de dezembro desse ano, o corpo de Xavier é levado para Goa. O seu corpo está hoje na Basílica do Bom Jesus de Goa, onde o seu corpo foi colocado numa caixa de vidro e prata, a 2 de dezembro de 1637, e se tornou lugar de peregrinação.  Úmero de São Francisco Xavier.Igreja de São José (Macau). Um osso do úmero direito de Xavier foi levado para Macau, onde é mantido num relicário de prata. Esta relíquia destinava-se ao Japão, mas a perseguição religiosa na região levou a que fosse mantida na Igreja da Madre de Deus em Macau, cujas ruínas são actualmente conhecidas como Ruínas de São Paulo. Hoje em dia, é naIgreja de São José, em Macau, que está depositada essa relíquia sagrada de São Francisco Xavier. Muitas igrejas foram desde então erguidas em honra de Xavier, muitas delas fundadas por jesuítas. Um parente seu, João de Azpilcueta Navarro, foi um famoso missionário jesuíta no Brasil. São Francisco Xavier figura noPadrão dos Descobrimentos, em Lisboa.  Padrão dos Descobrimentos, em Lisboa, onde é homenageado São Francisco Xavier, ao lado dos descobridores. Beatificação e Canonização Francisco Xavier é um santo católico. Foi beatificado pelo Papa Paulo V a 25 de outubro de 1619 e canonizado pelo Papa Gregório XV, a 12 de março de 1622, em simultâneo com Inácio de Loyola. É o santo patrono dos missionários. O seu dia festivo é 3 de dezembro. Milagres  Enquanto missionava pelo Oriente, contavam-se muitas histórias a seu respeito, e dizia-se que Francisco era capaz de prever o futuro, ver acontecimentos que se desenrolavam à distância e acalmar as tempestades marítimas com boas palavras. A imagem de São Francisco Xavier surge geralmente associada a um símbolo composto com um caranguejo com um crucifixo nas tenazes. Este símbolo relaciona-se com um dos milagres que lhe é atribuído. Segundo a tradição, esse milagre deu-se certo dia, quando São Francisco Xavier navegava ao largo das ilhas Molucas, em que rebentou um temporal medonho. Os marinheiros, aflitíssimos, julgando que chegara o último dia das suas vidas, gritavam em altas vozes pedindo a Deus misericórdia. Como de costume, São Francisco manteve a serenidade, pegou no crucifixo de madeira que sempre trazia consigo e mergulhou-o nas águas revoltas. Os vagalhões desfizeram-se logo e o crucifixo desapareceu no mar. Quando o navio chegou à praia e os tripulantes desembarcaram, viram sair das ondas um enorme caranguejo que trazia o crucifixo perdido para o devolver ao dono. São Francisco Xavier recolheu-o sem dizer palavra e o caranguejo voltou para o mar. emanoelrangel@hotmail.com às 12:35 Compartilhar  Um comentário:  São Francisco Xavier28 de março de 2016 13:59 Parabens pelo belo relato. ResponderExcluir Adicionar comentário Comente o que achou desta postagem ‹ › Página inicial Visualizar versão para a web Quem sou eu  emanoelrangel@hotmail.com Cambuci, RJ, Brazil Estou residindo no interior do Estado do Rio de Janeiro, na cidade de Cambuci-RJ, trabalho em Cartório. Sou casado, tenho cinco filhos. Propostas: falarmos Cura e Libertação, Nulidade de Matrimônio. RCC. e Família. Visualizar meu perfil completo Tecnologia do Blogger. 

O missionário jesuíta

03/12- São Francisco Xavier  A Igreja sempre se apoiou nos missionários para sua expansão no decorrer dos séculos. Primeiro foram os apóstolos que se espalharam pelo mundo após a ressurreição de Jesus. Durante o período do descobrimento, entre os séculos XV e XVI, o cristianismo encontrou nos missionários da Companhia de Jesus, os jesuítas, a forma de iniciar a evangelização nas Américas e no Oriente: Índia, Japão e China. Francisco Xavier, considerado o maior dos missionários jesuítas, foi o fundador dessas missões no Oriente. Nasceu no reino de Navarra, Espanha, em 7 de abril de 1506. Era filho de uma família nobre, que havia projetado para ele um futuro de glória e riqueza no mundo, matriculando-o, com dezoito anos, na Universidade de Paris. Mas não foi no campo terreno que ele se sobressaiu e sim no espiritual. Francisco formou-se em filosofia e lecionava na mesma universidade, onde conheceu um aluno bem mais velho e de idéias objetivas e tudo mudou. Tratava-se do futuro santo Inácio de Loyola, fundador dos jesuítas. Loyola sonhava formar uma companhia de apóstolos para a defesa e propagação do cristianismo no mundo. Viu em Francisco alguém capaz de ajudá-lo na empreitada e tentou conquistá-lo para a causa. Tarefa que se revelou nada fácil, por causa do orgulho e da ambição que Xavier tinha, projetadas em si por sua família. Loyola, enfim, convenceu-o com uma frase que lhe tocou a alma: “De que vale a um homem ganhar o mundo inteiro se perder sua alma?” (Mc 8, 36). Francisco tomou-a como lema e nunca mais a abandonou, nem ao seu autor, Jesus Cristo. Os papéis se inverteram e Inácio passou a ser mestre de seu professor, ensinando-lhe o difícil caminho da humildade e dos exercícios espirituais. Francisco, por fim, se retirou por quarenta dias na solidão, preparando-se para receber a ordenação sacerdotal. Celebrou sua primeira missa com trinta e um anos e se tornou co-fundador da Companhia de Jesus. Passou, então, a cuidar dos doentes leprosos, doença de então, segregados pela sociedade. Com outros companheiros, fixou-se, em 1537, em Veneza, onde recolhia das ruas e tratava aqueles a quem ninguém tinha coragem de recolher. Foi então que D. João III, rei de Portugal, pediu a Inácio de Loyola para organizar um grupo de sacerdotes que acompanhassem as expedições ao Oriente e depois evangelizassem as Índias. O grupo estava pronto e treinado quando um dos missionários adoeceu e Francisco Xavier decidiu tomar o seu lugar. O navio, com novecentos passageiros, entre eles Francisco Xavier, partiu de Lisboa com destino às Índias. Foi o início de uma viagem perigosíssima e cheia de transtornos, que demorou praticamente um ano. Durante todo esse tempo, Francisco trabalhou em todos os serviços mais humildes do navio. Era auxiliar de cozinha, faxineiro e enfermeiro. Finalmente, chegaram ao porto de Goa. Desde então, Francisco Xavier realizou uma das missões mais árduas da Igreja Católica. Ia de aldeia em aldeia, evangelizava os nativos, batizava as crianças e os adultos. Reunia as aldeias em grupos, fundava comunidades eclesiais e deixava outro sacerdote para tocar a obra, enquanto investia em novas frentes apostólicas noutra região. Acabou saindo das Índias para pregar no Japão, além de ter feito algumas incursões clandestinas na China. Numa delas, na ilha de Sacian, adoeceu e uma febre persistente o debilitou, levando-o à morte, em 3 de dezembro de 1552, com apenas quarenta e seis anos de idade. A Igreja o beatificou em 1619, canonizando-o em 1622. Celebrado no dia de sua morte, como exemplo do missionário moderno, são Francisco Xavier foi, com toda justiça, proclamado pela Igreja patrono das missões, e pelo trabalho tão significativo recebeu o apelido de “são Paulo do Oriente”.

segunda-feira, 14 de março de 2016

São Francisco Xavier, Apóstolo do Oriente e taumaturgo Abrasado pelo amor a Deus, Francisco Xavier inflamou os lugares por ele evangelizados, com o fogo do amor divino e o brilho de seus milagres Plinio Maria Solimeo Para Santo Inácio de Loyola não havia dúvida. O Papa, para atender ao Rei João III de Portugal, estava pedindo-lhe membros de sua recém-fundada Companhia para evangelizar os domínios portugueses de ultramar. Como Francisco Xavier era o único de seus discípulos disponível no momento para acompanhar Simão Rodríguez, teria que ir. No entanto, dos seus primeiros filhos espirituais, Xavier era o predileto, aquele que planejara ter consigo como conselheiro e provável sucessor. Mas Inácio de Loyola havia escolhido como lema de sua milícia Ad Majorem Dei Gloriam (Tudo para a maior glória de Deus). Se bem que tivesse sentimentos muito profundos, não era um sentimental. Chamou logo Francisco. Sempre pronto a obedecer, o futuro Apóstolo das Índias exclamou: “Pues! Heme aqui!” (Estou pronto! Vamos!).  No dia 16 de março de 1540, provido dos títulos de Núncio Papal e Embaixador de Portugal para os países do Oriente, Francisco Xavier foi despedir-se de seu pai espiritual. Santo Inácio, pondo-lhe as mãos sobre os ombros, percebeu que a batina era muito rala. “Como, meu caro Francisco! Ides cruzar as neves dos Alpes com roupa tão leve?” O discípulo sorriu timidamente. “Depressa, desvestindo sua própria batina, o Fundador da Companhia de Jesus tirou uma veste de flanela que estava usando, e fê-la vestir em Xavier. Era como se, com essa parte de sua vestimenta, desse uma parte de si mesmo ao filho que partia”.(1) “Ide: acendei e inflamai todo o mundo”, foram as últimas palavras do antigo capitão de Pamplona ao ex-mestre do Colégio de Beauvais. Essas palavras tornaram-se proféticas, pois o que esse hidalgo espanhol fez o resto de sua vida não foi senão inflamar tudo com o ardente fogo de seu amor de Deus. Reformando a “Goa dourada, a Roma do Oriente” Francisco Xavier tinha 35 anos quando cruzou o oceano para chegar a Goa em 6 de maio de 1542. Essa cidade, capital das possessões portuguesas no Oriente, atraíra toda sorte de soldados de fortuna e aventureiros, os quais, longe de sua pátria, família, parentes e conhecidos, tinham caído numa vida licenciosa que escandalizava não só seus correligionários, mas até os pagãos. Dom João de Castro, um dos maiores vice-reis das Índias, descreve assim a situação de Goa à sua chegada: “As cobiças e os vícios têm cobrado tamanha posse e autoridade, que nenhuma cousa já se pode fazer por feia e torpe, que dos homens seja estranha”.(2)  Braço de prata com relíquia do Santo Impelido “pela necessidade de perder a vida temporal para socorrer a espiritual de seu próximo”,(3) São Francisco Xavier atirou-se ao trabalho, começando pelas crianças e doentes. Aos poucos sua fama no confessionário e no púlpito atingiu outras áreas, e gente de todas categorias passou a procurá-lo para purificar sua alma. “Aqui em Goa eu moro no hospital, onde confesso e dou a comunhão para os enfermos. Mesmo assim, é tão grande o número dos que vêm pedir-me para ouvir confissões que, se eu estivesse em dez lugares ao mesmo tempo, não teria falta de penitentes”,(4) escreveu ele a Santo Inácio apenas um mês depois de sua chegada. Goa, a “dourada” ou a “Roma do Oriente”, era uma cidade cosmopolita e tinha atraído gente de todas as partes do mundo. São Francisco Xavier viu a necessidade de criar uma escola de nível médio para ajudar a evangelização. Menos de um ano depois de sua chegada, tinha já fundado o Colégio da Santa Fé. Sua finalidade, como ele explica, era “para que os nativos destas terras e os de diferentes nações e raças possam ser instruídos na fé. E para que, quando tiverem sido bem instruídos, sejam enviados às suas pátrias, de modo que ganhem fruto com o ensinamento que receberam”.(5) Os “filhos de São Francisco Xavier” Sua presença era requisitada também em outras partes: “Num reino longe daqui (Travancore, sudoeste da Índia), Deus moveu muitas pessoas a se fazerem cristãs. De tal modo que, num só mês, batizei mais de dez mil, homens, mulheres e crianças”.(6) Nessa nova área ele foi recebido pelo marajá “com honras, e tratado com gentileza”; o rei deu a ele “permissão para pregar o Evangelho em todo seu reino, e para batizar aqueles de seus súditos que quisessem tornar-se cristãos”.(7) Como escreveu para os membros da Companhia, em Goa “eu tenho estado ocupado batizando todos os infantes. [...] Os mais velhos deles não me dão paz, pedindo-me sempre para ensinar-lhes novas orações. Eles não me dão tempo para rezar meu breviário nem para comer”.(8)  A história do Cristianismo no Japão inicia-se com a chegada de S. Francisco Xavier e seus companheiros. Depois vieram as perseguições e os martírios. São Francisco Xavier desceu até o extremo sul da Índia para evangelizar os Paravas, quase todos pescadores de pérolas. “Padre Francisco fala desses Paravas como de uma nobre raça, inteligente, trabalhadora e perseverante, a única tribo na Índia que se tornou inteiramente católica. [...] Eles se orgulham de chamar-se a si próprios ‘os filhos de São Francisco Xavier’”, escreve um Prelado no início do século passado.(9) Foi nessa Costa da Pescaria que o “Padre Francisco” realizou muitos dos seus mais espetaculares milagres. Foram tantos e tão notáveis, que fica difícil a escolha. Uma vez os ferozes Badagas cruzaram as montanhas, devastando o Travancore. O marajá, mal preparado para fazer face a esse perigo, apelou a São Francisco Xavier. O apóstolo juntou-se ao improvisado exército, colocando-se na primeira fila. Tão logo sua voz pôde ser ouvida do outro lado, “o Padre Francisco, segurando seu Crucifixo, caminhou para o inimigo [...] e gritou em alta voz: ‘Em nome de Deus, o terrível, eu vos ordeno que pareis’”.(10) Os badagas das filas dianteiras, aterrorizados, pararam e começaram a recuar. A debandada foi total. “Eu te ordeno, levanta-te dos mortos!” A cidade de Quilon, entretanto, não se impressionava com esses milagres, e as palavras de fogo do apóstolo não penetravam nos corações endurecidos de seus habitantes. Um dia, quando estava rodeado por uma multidão a que não era capaz de tocar, o Santo ajoelhou-se e pediu fervorosamente a Deus que mudasse o coração e a vontade daquele povo obstinado. Depois de um instante, dirigiu-se ao local onde um jovem havia sido enterrado na véspera. Pediu que o desenterrassem. “Verifiquem todos se ele está mesmo morto”, disse à multidão. Alguns, ao abrirem o caixão, recuaram exclamando: “ele não só está morto, mas cheirando mal”. Xavier então ajoelhou-se e, com potente voz para que todos ouvissem, disse: “Em nome de Deus e em testemunho da fé que eu prego, eu te ordeno: levanta-te dos mortos”. Um tremor sacudiu o cadáver e a vida retornou plenamente a ele. O número das conversões foi grande, e a fama do milagre acompanhou Francisco Xavier através das Índias.(11)  Procissão portando o corpo de São Francisco Xavier, venerado até por não católicos, pelas ruas de Goa em dezembro de 2004 Para formar um clero nativo capaz de trabalhar entre seus irmãos, ele fundou mais quatro seminários: Cranganor, Baçaim, Coghim e Quilon. Qual era o segredo da eficácia apostólica de São Francisco Xavier? Era uma heróica observância do maior mandamento de Cristo: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo teu entendimento” (Mt 22, 37). “Tenho tão grande confiança em Deus, cujo amor somente me move, que, sem hesitar, com o único bafejo do Espírito Santo, afrontei todas as tempestades do oceano na mais débil barca”.(12) O segundo apóstolo da Índia recorre ao primeiro Para saber se deveria avançar mais para o Oriente em sua evangelização, Francisco resolve fazer um recolhimento junto ao túmulo de São Tomé, em Meliapor. O segundo apóstolo da Índia, em contato com o primeiro, recebeu muitas graças: “Aqui Deus lembrou-se de mim segundo sua costumeira misericórdia; Ele tem consolado infinitamente minha alma, e me fez saber que é sua vontade que eu vá para Málaca, e de lá às outras ilhas da região”.(13) O resto da história é muito conhecido. Com o mesmo zelo, São Francisco evangelizou não somente Málaca e as Molucas, mas também muitas outras ilhas vizinhas, e chegou até o Japão, do qual foi o primeiro e mais importante apóstolo. Ele morreu só e desconhecido nas costas da China, com os olhos postos em suas misteriosas terras, cuja antiga e rica civilização queria conquistar para Cristo. No processo de canonização do grande Apóstolo do Oriente, a Santa Sé “reconheceu vinte e quatro ressurreições juridicamente provadas e oitenta e oito milagres admiráveis operados em vida pelo ilustre Santo”.(14) Na bula de canonização são mencionados muitos milagres ocorridos em vida e depois da morte de São Francisco Xavier. Um deles foi que as lamparinas colocadas diante da imagem do Santo, em Colate, ardiam muitas vezes tanto com óleo como com água benta. O último milagre relacionado a ele foi seu corpo incorrupto por séculos, cujos restos, mumificados e danificados por homens e elementos, podem ainda ser vistos em Goa, coroando um dos mais notáveis exemplos do Evangelho posto em prática. E-mail do autor: pmsolimeo@catolicismo.com.br ____________ Notas: 1. Mary Purcell, Don Francisco - the story of St. Francis Xavier, The Newman Press, Westminster, Maryland, 1954, p. 108. 2. Cônego Arsênio Tomaz Dias, da Sé Patriarcal de Goa, Memória Histórico-Eclesiástica da Arquidiocese de Goa, Tip. A Voz de S. Francisco Xavier, Nova Goa, Índia, 1933, p. 344. 3. G. Schurhammer - I. Wicki, S.I., Epistolae S. Francisco Xaverii, Romae, 1944, - Epist. 55, t. I., p. 325), citada pelo Papa Pio XII em sua mensagem aos católicos da Índia, in "Boletim do Instituto Vasco da Gama", Bastora, Goa, Índia, Dez. 1952, p. VIII. 4. Mary Purcell, op. cit., p. 147. 5. P. Rayanna, S.J., St. Francis Xavier and his shrine, 2nd ed., Bom Jesus, Old Goa, Índia, 1982, p. 72. 6. In Dr. E. P. Antony –– The History of Latin Catholics in Kerala, I.S. Press, Ernakulan, Índia, 1992, p. 44. 7. D. Ladislau Miguel Zaleski, Saint François Xavier, Missionaire et son Apostolat en Inde, Ensieldeln, Germany, 1910, p.102. 8. Mary Purcell, op. cit., p. 165. 9. D. Ladislau Zaleski, op. cit., p. 204. 10. D. Ladislau Zaleski, op. cit., pp. 115-116. Ver também “Memória…”, p. 344, Antony, pp. 45-46, P. Thomas, Christians And Christianity In India And Pakistan, London, George Allen & Unwin Ltd., 1954, p. 56 e J.M.S. Daurignac, São Francisco Xavier, Livraria Apostolado da Imprensa, Porto, 5ª ed., pp. 183-184. 11. Cfr. D. Ladislau Zaleski, op. cit., pp. 114-115. 12. Carta de 8 de maio de 1845 para os membros da Companhia, em Goa. In J.M.S. Daurignac, op. cit., p. 215. 13. Mary Purcell, op. cit., p. 182. 14. J.M.S. Daurignac, op. cit., p. 482.

São Francisco Xavier padroeiro de Salvador-Ba

São Francisco Xavier recebe homenagens Publicado por cnbbne3 em 9, maio 2013
No dia 10 de maio os soteropolitanos homenageiam São Francisco Xavier, patrono da cidade de Salvador. As homenagens terão início às 8h, quando será realizada uma procissão da Câmara Municipal até a Catedral Basílica (Praça Quinze de Novembro, s/n, Terreiro de Jesus), seguida de Missa solene presidida pelo Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, scj.  Nascido no castelo de Xavier, na Espanha, em 7 de abril de 1506, Francisco tinha um temperamento forte e impetuoso e buscava apenas o prestígio de si mesmo. Aos 14 anos foi enviado por sua mãe à Paris, onde aprimorou os estudos de filosofia, humanidades e literatura no Colégio Santa Bárbara, dirigido pelo português Diogo Gouveia. Após concluir os estudos, tornou-se professor de filosofia do Colégio de Beauvais. Foi nesta época que Francisco conheceu Inácio de Loyola, que vislumbrava propagar o evangelho. Após ser convencido pelo amigo Inácio, Francisco Xavier o ajudou a fundar a Companhia de Jesus (Jesuítas) e passou a trabalhar como missionário em vários países, entre eles a Índia e o Japão, que necessitavam de evangelização. No dia 24 de junho de 1537 Francisco foi ordenado padre. Com intensas atividades missionárias, Francisco Xavier sonhava em poder evangelizar na China, onde a entrada de estrangeiros era proibida. Em 14 de abril de 1552 conseguiu infiltrar-se no país e atrair chineses para o cristianismo. Ao desembarcar na ilha de Sanchoão foi acometido por uma enfermidade que o levou à morte no dia 3 de dezembro do mesmo ano. Nas mãos, Francisco segurava o crucifixo oferecido como presente por Inácio de Loyola. São Francisco Xavier foi instituído padroeiro da capital baiana em 10 de maio de 1686, a partir da proteção que os jesuítas e o povo invocaram sobre a cidade após duas devastadoras epidemias. Desde então, em Salvador, o santo é celebrado no mês de maio.


O Padroeiro de Salvador
Vamos saber por que essa história e tradição do dia 10 de maio.

“São Francisco Xavier é o padroeiro da Cidade do Salvador, capital do estado da Bahia. Pouca gente sabe disso. Ignora-se também o porquê desse patrocínio. Ele foi um grande missionário – vale apena conhecer sua vida, sua história – e morreu de peste numa ilha do litoral da China.  Ainda nos tempos coloniais e do Brasil império, nossa cidade foi assolada, duas vezes, pela peste: uma em 1686 pela febre amarela e a outra, pela cólera morbus, em 1855. Como São Francisco Xavier morrera de peste, os jesuítas, sem duvida foram eles, sugeriram à população implorar a intercessão do santo.






O atendimento foi imediato. A peste cessou logo. Houve então um movimento popular que atingiu as autoridades locais ( no tempo o chamado Senado da Câmara) e foi dirigido ao papa de então, um pedido para que fosse declarado São Francisco Xavier padroeiro de nossa cidade.

 Em bula solene,datada de 10 de maio, foi São Francisco Xavier proclamando padroeiro, quer dizer, protetor especial da capital da Bahia.  Nessa época, o povo e as autoridades, em grande regojizo, com grandes manifestações públicas, se comprometeram a celebrar, cada ano, no dia 10 de maio, esse valioso patrocínio do Santo Jesuíta, e realizar, à custa do erário da municipalidade, e sob sua égide, uma procissão e mais solenidades religiosas condizentes. (Há no Arquivo Publico esse documento de voto da cidade).  Por: Dom Geraldo Majella Agnelo – Cardeal Arcebispo de São Salvador da Bahia e Primaz do Brasil




Evergton Sales:
Este projeto pretende compreender os motivos que concorreram para o fracasso devocional que parece caracterizar até nossos dias o culto ao padroeiro da cidade de Salvador. Numa importante obra sobre as procissões tradicionais da Bahia, João da Silva Campos mostra que a procissão dedicada ao santo, realizada a 10 de maio de cada ano, embora tivesse mobilizado bom número de católicos em alguns anos, durante a esmagadora maioria dos quase três séculos decorridos entre a eleição do padroeiro e os dias em que escrevera seu livro, a procissão havia sido esquecida ou realizada com participação popular bastante restrita.
Sem dúvida, a devoção ao santo conheceu um ou outro momento de fervor. Foi o caso, por exemplo, do ano de 1855, quando irrompeu uma devastadora epidemia de cholera morbus na Bahia. A leitura de João da Silva Campos conduz-nos a pensar que a devoção a São Francisco Xavier na Bahia estaria intimamente relacionada a tempos de crise. Trata-se, certamente, de uma hipótese interessante e que não deixará de ser checada ao longo desta pesquisa.
Entretanto, se, por um lado, ela oferece alguma explicação acerca do comportamento dos fiéis soteropolitanos face ao santo padroeiro, por outro lado, ela não contribui para a compreensão das causas que inviabilizaram uma prática devocional mais fervorosa ao santo navarrês, deixando intocado, portanto, o problema central deste projeto de pesquisa. Esta investigação não ficará circunscrita ao plano de uma melhor compreensão de alguns aspectos da história religiosa local.
Na verdade, o estudo do problema na longa duração deverá contribuir, de modo mais geral, para o conhecimento dos mecanismos de produção e reprodução de devoções a santos no Brasil, em particular durante o período colonial e imperial.

São Francisco Xavier em Salvador

A Catedral Basílica Primacial de Salvador é hoje o maior templo construído pelos jesuítas no brasil. A denominação primacial procede do fato de se tratar da catedral da primeira Arquidiocese do Brasil, sendo ela a mãe de todas as Igrejas na circunscrição eclesiástica de Salvador.
Embora inaugurada em 1672, a catedral foi fundada em 1552 ocasião em que funcionava na Igreja da Ajuda. A imponente fachada da catedral é revestida com pedra de lioz importada de Portugal. Aliás, o mesmo mármore nobre do nosso batistério. Na fachada, sobre os nichos das três portas frontais vamos encontrar, em cada uma delas, os três santos jesuítas; Santo Inácio de Loiola, São Francisco Xavier e São Francisco de Borja.  Internamente, o teto da nave contém uma impressionante decoração centrada com um monograma IHS (Iesus Hominum Salvator), símbolo da Companhia de Jesus.
Ainda hoje vamos encontrar muitos soteropolitanos que desconhecem ser São Francisco Xavier, o padroeiro de salvador. Após a cidade sofrer duas devastadoras epidemias de febre amarela e cólera, os jesuítas convocaram o povo para oração coletiva pedindo a intercessão de São Francisco Xavier. A dedicação dos jesuítas e a fé coletiva interrompeu de imediato a epidemia, e como em Malaca, a peste cessou.
Demonstrando gratidão ao santo, o povo de salvador pressionou os jesuítas para interceder junto ao papa. Assim sendo, ele foi instituído padroeiro de Salvador em 10 de maio de 1686 e, desde então, é celebrada  a sua festa com procissão e missa solene nesta data.
Colaboração: Ubirajara de Carvalho 




São Francisco Xavier

I. EM MALACA - CURA OS DOENTES - MORTA QUE RESSUSCITA


O nosso infatigável Santo desembarcou em Malaca, a 25 de Setembro, depois da mais feliz viagem, e com a consolação de haver operado muitas conversões no mar, entre os marinheiros e passageiros...


Apresentou-se, sem demora, em casa do governador da cidade, a fim de obter dele os meios de seguir para Macassar; mas o governador, fazendo-lhe saber que um outro santo Padre estava já em missão naquela ilha, e que nenhum capitão sairia com aquele destino senão dali a alguns meses, Xavier conheceu que a vontade de Deus era que ele trabalhasse em Malaca, e no mesmo dia começou as suas pregações.


Estabeleceu-se no hospital, entre os pobres e os doentes, que para ele eram sempre os membros sofredores de Jesus Cristo; e neste pensamento chegou a amá-los com tão grande afeição que, se pudesse, não os deixaria nunca mais.


Na mesma tarde percorreu as principais ruas da cidade, agitando, de vez em quando, uma pequena campainha e repetindo em alta voz: " Orai pelas pobres almas que estão em pecado mortal!"


A voz do apóstolo era suave, melodiosa, penetrante como uma voz do Céu, e os pecadores que o ouviam nas horas de prazer e de loucas dissipações, sentiam-na vibrar como um remorso no fundo da sua alma, não obstante a agitação exterior a que se entregavam.


A reputação de Xavier havia-o precedido desde muito em Malaca; havia também muito tempo que desejavam e esperavam ver ali, um dia, aquele a quem chamavam o santo Padre, e que todas as Índias portuguesas olhavam como o seu bem e sua propriedade. Por isso, desde a manhã do dia imediato ao da sua chegada, via-se o povo dirigir-se em massa para o hospital; todos desejavam ver o santo Padre dos portugueses e dos indianos, cujos inumeráveis prodígios tinham produzido tão grande eco por todos os países tributários de Portugal; todas as mães queriam apresentar-lhe seus filhos.


O amável Santo não se recusou a este empenho. Malaca era uma cidade perdida de vícios; ele desejava reformar os seus costumes, e para isto carecia de conquistar desde logo os corações.


Sabendo que o largo do hospital estava repleto de povo, que pedia em grandes alaridos para ver o santo Padre, Francisco Xavier apresentou-se àquela multidão e dirigiu-lhe algumas palavras tão amáveis que produziramlágrimas. Depois aproximou-se das crianças que todas lhe estendiam os braços; abençoou-as e chamou a cada uma pelo seu nome de batismo, como se já as conhecesse.


As mães choram de enternecimento e de felicidade; as crianças mostram compreender e apreciar a graça concedida à sua inocência; agitam-se nos braços de suas mães, sorrindo para o apóstolo, que as abençoava, enquanto os de maior idade procuram aproximar-se dele para beijarem a orla inferior da sua pobre batina, e alguns mais felizes conseguem beijar as suas mãos. Ele ia a. entrar no hospital quando um grande grito partiu daquela vasta praça: -"Santo Padre! santo Padre! não vos retireis sem nos abençoar a todos!"


E toda aquela multidão se pôs de joelhos, e levantando as mãos para o santo Padre, suplicaram que abençoasse os pais assim como abençoara os filhos. Xavier lanceou-lhes a sua bênção, convidando-os a que viessem ouvir as suas pregações e instrução.


Desde a manhã seguinte o concurso foi prodigioso; a catedral não tinha capacidade para conter a multidão que se apresentava a ouvir o apóstolo


venerado; mas aqueles cuja presença ele mais desejava, porque eram os mais culpados, não se viam ali!... Contudo, a perseverança com que ele percorria, todas as tardes, as ruas da cidade agitando a sua campainha e repetindo: "Rogai a Deus pelas pobres almas que estão em pecado. mortal", foi coroada dos mais felizes resultados.


Em cada uma daquelas tardes muitos pecadores caíam em si ao ouvirem aquela voz que parecia vir do Céu para os tirar do abismo em que se achavam submergidos, escutavam o grito da sua consciência; viam o seu desgraçado estado, e apoderando-se das suas almas o arrependimento, fazia-os ir aos pés.