sábado, 24 de novembro de 2018

Novena da Graça de São Francisco Xavier

Milagre do crucifixo de Xavier perdido no mar

Explicação sobre a imagem de são Francisco Xavier



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Sofrimento e morte de São Francisco Xavier



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História de São Francisco Xavier

Disse o Papa Francisco: "Como Xavier às portas da China, olhai sempre em frente... Deus sabe!"

Papa cita o missionario Jesuíta em encontro motivacional com membros da ordem.

Pergunto-me se Xavier, diante da falência de ver a China sem poder entrar nela, se sentisse desolado. Não, imagino que ele se tenha dirigido ao Senhor, dizendo: «Tu não o queres, portanto adeus, tudo bem assim». Escolheu seguir o caminho que lhe era proposto, e naquele caso era a morte!... Mas, tudo bem! A desolação: não devemos deixar que entre em jogo. Aliás, devemos procurar jesuítas consolados. Não sei, não desejo dar um conselho, mas... procurai sempre a consolação. Buscai-a sempre. Como pedra de comparação da vossa condição espiritual. Como Xavier às portas da China, olhai sempre em frente... Deus sabe! Mas o sorriso do coração não se deve obscurecer. Não sei, não tenho uma receita para te dar. É necessário o discernimento dos ministérios e do aspeto institucional num clima de consolação. Portanto, lede as cartas de padre Lourenço Ricci. É uma maravilha o modo como ele desejou escolher a consolação no momento de maior desolação que a Companhia teve, quando sabia que as cortes europeias estavam para dar o golpe mortal à Companhia.

1952: Mensagem do Papa PIo XII aos devotos de São Francisco Xavier

Domingo, 3 de Dezembro de 1952
Veneráveis Irmãos e amados Filhos! Devotos e admiradores de S. Francisco Xavier, Quantos hoje em número incontável vos achais reunidos na Velha Goa, adentro da majestosa Catedral e, fora dela, à sombra dos religiosos monumentos, que ai estão atestando aos séculos a fé e piedade dos maiores! Desta Roma que vos enviou Francisco Xavier, e para a qual ele vos ensinou a olhar constantemente, como para o farol de verdade salvadora, chegue até vós a Nossa palavra, para vos dizer todo o afecto paterno, com que o Vigário de Jesus Cristo vos ama, e convosco venera as sagradas relíquias do grande Apóstolo do Oriente e enaltece as suas glórias. Quando há quatro séculos, tal dia como hoje, Francisco Xavier morria às portas da China, dir-se ia morto com ele e desvanecido como un sonho o sublime ideal que o animava, de sujeitar à Cruz de Cristo todo o Oriente recentemente descoberto. Havia dez anos apenas que aportara à Índia. Dez anos de incessantes correrias apostólicas, arrostando as tempestades de todos os mares, suportando imensos trabalhos e contínuos perigos de morte em todas as terras. Impelido da « necessidade que tinha, de perder a sua vida temporal para socorrer a vida espiritual do próximo » (G. Schurhammer - I Wicki, S. I., Epistolae S. Francisci Xaverii, Romae 1944, Epist. 55, t. 1 p. 325), e utilizando «todo o favor e ajuda que o Rei e a Nação portugueses, como tão desejosos de ver todas essas partes de infiéis convertidas à Fé de Cristo Nosso Redentor, con muita abastança, muita caridade e amor punham à sua disposição » (Epist. 48 op. c. t. II p. 273) viram-no chegar, deter-se, prosseguir - Moçambique, Socotorá, Goa, Travancor, a Costa da Pescaria e Cabo de Comorim, Ceilão, Malaca, Amboino, Molucas, Moro, e lá nos berços do sol, mal descoberto ainda, o Japão. Forçado e esforçado da caridade de Cristo, como o Apóstolo das Gentes (2Cor. 5, 14), sentia-se chamado a explorar e desbravar e lançar à terra as primeiras sementes, deixando aos continuadores da sua obra o cuidado de regar e cultivar e colher os frutos. Quando porém o zelo insaciável o impelia para a China, « desamarrado de todo o favor humano » (Epist. 125 op. c., t. II p. 472) e oferecido a toda a sorte de cativeiros e cadeias e tratos e martírios (cfr. Epist. 135 op. c., t. II p. 512; Epist. 131 op. c., t. II p. 493 s.), na convicção de que, abraçando ela o Evangelho, faria ajoelhar toda a Ásia aos pés de Cristo, a inescrutável Providência diz-lhe : Basta!, e a morte colhe-o só, desvalido de todo o conforto humano, numa ilha deserta daqueles mares. Morre! Mas o Oriente todo, testemunha e teatro do seu incomparável apostolado, deslumbrado pelos incêndios do seu zelo e mais pelos fulgores de sua santidade, teve logo a intuição de que aquela morte era antes o princípio de uma nova e mais operosa vida. Já o transporte fúnebre das suas relíquias foi um triunfo. Malaca, que fora o seu último Calvário, foi a primeira a glorificar o Padre Santo e a gozar dos seus milagres. Goa tributou-lhe, a título de exéquias, o maior triunfo, qual nem os capitães mais venturosos, nem os maiores vice-reis e príncipes tinham visto ou veriam jamais. O concurso gigantesco e ininterruto daqueles três dias, a venerar os despojos mortais do Padre Santo, preludiava aos imensos concursos de centenas de milhares e de milhões de peregrinos, que periòdicamente se haviam de repetir até ao dia de hoje. Depois, as graças extraordinárias, que se multiplicam à invocação do seu nome, ao contacto das suas relíquias, junto do seu túmulo ou nos lugares particularmente santificados pela sua presença, se provam que morto vive em Deus, difundem o seu culto, com vantagem da fé, entre cristãos e não cristãos de todas as estirpes e nacionalidades. Mas é sobretudo o seu exemplo conquistador, o seu espírito, que, comunicando-se a legiões de apóstolos continua o seu apostolado póstumo. Outrora não partiam de Lisboa novos arautos do Evangelho, que não fossem junto do seu altar implorar-lhe a protecção e jurar seguir-lhe as pisadas. Desembarcados em Goa, acorriam ao Bom Jesus, para ali, junto do seu sepulcro, se 2 embeberem do seu espírito e se inflamarem mais vivamente do seu zelo. Gonçalo da Silveira no Monomotapa, Oviedo e Apolinar de Almeida na Etiópia, Rudolfo Acquaviva na fastosa corte do grande Akbar, Nóbili e Brito, Alvares e Abreu na India e Tonkim, Ricci, Spínola, Mastrilli e tantos e tantos outros Missionários e Mártires, que são senão a sobrevivência do espírito de Xavier, o prolongamento do seu apostolado? E não só os irmãos de armas da que ele chamava « a santa Companhia do Nome de Jesus », mas todas essas legiões de apóstolos de todas as Ordens e Congregações religiosas: haverá alguns a quem os Superiores, mandando-os com a bênção de Deus ao Oriente, não tenham dito, como S. Vicente de Paulo aos seus Padres, enviando-os a Madagascar : « O vosso primeiro cuidado seja modelar os vossos passos pelo exemplo do grande S. Francisco Xavier »? E os frutos do apostolado aí estão. E verdade que cinquenta ou setenta anos depois da morte de Xavier sobrevêm tempos difíceis a quase todas as cristandades por ele fundadas. Na Costa da Pescaria e Travancor os inimigos da verdadeira Fé metem a duríssima prova os fiéis : corre em abundância o sangue dos mártires; mas a cristandade resiste, vence, multiplica-se; e hoje, quatro séculos volvidos, aí estão eles, católicos ferventes, gloriando-se de serem por antonomásia « os filhos de S. Francisco Xavier », e dão à Igreja o primeiro Bispo indiano e ao Governo civil o primeiro Ministro católico. Nas ilhas do Pacífico, diminuido o prestígio lusitano, retomam o predomínio os implacáveis inimigos da Cruz, e declaram guerra de extermínio aos cento e cinquenta ou duzentos mil católicos, em que se tinham multiplicado os vários núcleos plantados por Xavier. O sultão de Ternate passa sessenta mil aos fios da espada; duas das ilhas de Moro são literalmente despovoadas. A cristandade de Amboino, Celebes e Moluco fenece, mas deixando no martirológio da Igreja uma página gloriosa, escrita com o sangue dos seus mártires; - porque eles, como aquele heróico cristão de Amboino, embora « pobres filhos das selvas e ignorantes, uma coisa sabiam que Lhes ensinara o Padre Mestre Francisco : sabiam que era coisa boa dar a vida por Jesus Cristo » (Nuovi Avisi delle Indie - Quarta parte, Venetia, 1566 f. 102). E o Japão? As risonhas esperanças de Xavier eram uma profecia. Poucos anos volvidos, os mil cristãos que ele lá deixara, crescem a setecentos ou oitocentos mil, aspirantes todos a virtude heróica e sedentos de martírio. E a perseguição rebenta. Duzentos e cinquenta anos de perseguição implacável, metódica, refinadamente cruel, uma das mais terríveis que nunca sofreu a Igreja. Então os fiéis, pela pena de um deles, « dão graças a Deus de que pelos méritos do Padre Mestre Francisco e pela Misericórdia divina, agora são verdadeiros discípulos de Jesus Crucificado, e esperam sê-lo constantes até ao fim » (Lettera originale dei Cristiani di Miyaco al P. Generale S. I., 10 Magg. 1588 - Arch. Rom. S. I., Iap. - Sin. 186). Entretanto o mar de sangue cresce, cresce sempre e acaba por submergir nos seus vórtices a cristandade japonesa. E todavia, milagre da graça! ela não desaparece de todo: sobreviveu e sobrevive nos trinta ou 3 quarenta mil cristãos que, « errando nas solidões, acolhendo-se aos montes, refugiando-se nas grutas e cavernas da terra » (cfr. Hebr. 11, 38), conseguiram salvar até aos nossos dias as relíquias da Fé dos avós, 1á pregada por Xavier. E Goa, essa imperial Goa, a quem Xavier com tanto entusiasmo consagrou as primícias do seu zelo na Índia, que tanta vez e com tanto amor voltou a edificar com heróicas virtudes e fadigas apostólicas, Goa que se ufana de possuir nas suas relíquias o maior tesoiro do Oriente e a mais segura garantia da paz e prosperidade dos seus moradores, não lhe deve a ele, mais que a ninguém, o ter sido durante dois longos séculos o mais potente foco de irradiação do Evangelho por toda a Ásia e Indonésia, e ser ainda hoje, graças à viva fé e religiosidade dos seus filhos, a cidade e arquidiocese onde mais numerosas desabrocham as vocações religiosas e sacerdotais, a ponto de ter enviado generosamente muitos operários evangélicos a outras partes da grande Índia mais falhas de clero? O apostolado póstumo de Xavier! É sobretudo por ele, que « a sua glória cresce de geração em geração », circundando da mais refulgente auréola as relíquias do grande apóstolo e modelo de apóstolos. Oh ! praza aos céus que este quarto centenário do seu bem-aventurado trânsito, celebrado quando uma nova e tremenda borrasca esbraveja sobre tantas Missões católicas, sirva a acrescer cada vez mais a confiança no seu patrocínio; para que venha em auxílio dos pacíficos exércitos de Deus, tão duramente provados, para que suscite por toda a Igreja numerosas e selectas vocações missionárias, quais o mesmo Xavier as desejava, capazes de assimilar e realizar os grandes ideais por que ele combateu e morreu. Pelos méritos do grande Taumaturgo desçam copiosas as bênçãos do céu sobre as terras da Península Ibérica, Espanha e Portugal, que em Francisco Xavier deram à Ásia o seu segundo Apóstolo; sobre o Nosso digníssimo Legado, sobre todos vós, Veneráveis Irmãos e amados Filhos; sobre a arquidiocese de Goa que se ufana de guardar suas relíquias e de o venerar como especialíssimo Protector; sobre todos os povos da vasta Índia e de todo o Oriente hoje aí representados e unidos na veneração do seu imortal Apóstolo. Enquanto Nós, como penhor das graças de Deus, vos damos com todo o afecto da Nossa alma a Bênção Apostólica. (*) Discorsi e Radiomessaggi di Sua Santità Pio XII, vol XIV, pág. 403-409.

São Francisco Xavier no Japão

Alcançaram o Japão a 27 de julho de 1549, mas só a 15 de agosto é que foram autorizados a aportar em Kagoshima, o principal porto da província de Satsuma, na ilha de Kiushu. Foi recebido amigavelmente e ficou hospedado pela família de Angiró até outubro de 1550. Entre outubro e dezembro desse ano, residiu em Yamaguchi. Pouco antes do Natal, partiu para Quioto, mas não conseguiu autorização para visitar o imperador. Regressou a Yamaguchi em março de 1551, onde o daimio daquela província o autorizou a pregar. Contudo, faltando-lhe a fluência na língua japonesa, teve de se limitar a ler alto a tradução do catecismo feita com Angiró.
Francisco teve um forte impacto no Japão, tendo sido o primeiro jesuíta a lá ir em missão. Levou com ele pinturas da Virgem Maria e da Virgem com Jesus. Estas pinturas ajudaram-no a explicar o Cristianismo aos japoneses, já que a barreira de comunicação era enorme, visto o japonês ser uma língua diferente de todas as que os missionários tinham até aí encontrado.
Os japoneses não se revelaram pessoas facilmente conversíveis. Muitos eram já budistas. Francisco Xavier teve dificuldade em explicar-lhes um conceito de Deus segundo o qual Deus criara tudo o que existe. Aos seus olhos, Deus seria então responsável também pelo Mal e pelo pecado, algo que era para eles uma acção incompreensível da parte de Deus. O conceito de Inferno foi também difícil de explicar, pois os japoneses não aguentavam a concepção de que os seus antepassados podiam estar num Inferno eterno do qual era impossível libertá-los. Apesar das diferenças religiosas, Francisco de Xavier terá sentido que os japoneses eram um povo bom, como os povos europeus, e que por isso poderiam ser convertidos.
Xavier foi bem acolhido pelos monges da escola de Shingon, por ter usado a palavra “Dainichi” para descrever o Deus Cristão. Depois de ter aprendido mais sobre as nuances da palavra, Francisco passou a usar a palavra “Deusu”, da palavra latina e portuguesa “Deus”. Foi nesse momento que os monges se aperceberam que ele pregava uma religião rival. No entanto, Francisco sempre respeitou o povo que o acolheu, tendo aprendido japonês, deixado de comer carne e peixe, e cumprimentava os senhores com vénias profundas, tendo chegado em algumas circunstâncias a vestir-se com trajes japoneses, tudo para ser melhor aceite.
Com a passagem do tempo, a missão de Francisco Xavier no Japão pôde ser considerada muito frutuosa, tendo conseguido estabelecer congregações em Hirado, Yamaguchi e Bungo. Xavier continuou a trabalhar durante mais de dois anos no Japão, tendo escrito um livro em japonês sobre a criação do mundo e a vida de Cristo, até a chegada dos jesuítas que o vieram suceder, cujo estabelecimento supervisionou.

Primeira missão de São Francisco Xavier

A 20 de setembro de 1543, parte na sua primeira acção missionária para a costa a que os portugueses chamavam “Costa de Pescaria”, na costa este do Sul da Índia, a norte do Cabo Comorim, território dos paravás. Nesta região, a prática da pesca era muito popular, prática essa que não era bem encarada pela religião hindu, que reprova a morte de animais. Os pescadores da região foram, portanto, muito receptivos à religião cristã, que não os criticava pela profissão que levavam, usava um peixe como um dos seus símbolos e cujos primeiros apóstolos eram pescadores de peixe tornados “pescadores de homens”.

Ficou a viver numa gruta nas rochas junto ao mar em Manapad, catequizando as crianças paravás intensivamente durante três meses em 1544. Concentrou-se então em converter o rei de Travancore ao Cristianismo, tendo visitando também o Ceilão (actual Sri Lanka). Insatisfeito com os resultados da sua actividade, partiu ainda mais para oriente em 1545, planejando uma viagem missionária a Macáçar, na ilha de Celebes (actual Indonésia). Francisco levou alguns destes paravás consigo até Goa, onde os pôs a estudar no seminário, tendo-se eles tornado por sua vez missionários.
Sendo o primeiro jesuíta na Índia, S. Francisco utilizou de métodos não ortodoxos; não tentou realizar uma conversão gradual, mas imediata, e não focou seus primeiros esforços na conversão das classes superiores (apesar de ter tido algum contato com elas), concentrando-se na conversão das classes mais baixas primeiro.

São Francisco Xavier: Infância, juventude e início da vida religiosa

Infância, juventude e início da vida religiosa

castelo da família em Xavier, província de Navarra, mais tarde adquirido e recuperado pela Companhia de Jesus
Francisco Xavier nasceu no castelo da família em Xavier, no Reino de Navarra, a 7 de Abril de 1506, segundo o registo mantido pela sua família. Filho de famílias aristocráticas navarras, era o filho mais novo de Juan de Jasso (ministro de Finanças da corte do Rei João III de Navarra) e de María Azpilcueta y Aznárez, senhora dos palácios e vilas de Azpilcueta e de Xavier, única herdeira de duas famílias nobres bascas de Navarra. O seu nome é correctamente escrito Francisco de Xavier e não Francisco Xavier, já que Xavier provém do nome da terra da qual a família é originária. Nem Francisco Javier, já que essa é a grafia castelhana. Além disso, Francisco de Xavier desempenhou o seu apostolado em território português e essa é a pronúncia portuguesa da mesma palavra.[1]
Em 1512, tropas castelhanas e aragonesas, comandadas por Fadrique Álvarez de Toledo, 2.º Duque de Alba, atacam o Reino de Navarra. A família de Francisco está do lado da resistência ao invasor estrangeiro, mas a conquista consolida-se em 1515, quando Francisco tem oito anos. Depois de uma tentativa de reconquista franco-navarra em 1516, na qual os irmãos de Francisco tomam parte, a muralha, os portões e duas torres do castelo da família são destruídos, assim como o fosso que é tapado, a altura da torre de menagem reduzida para metade e as propriedades da família confiscadas. Só a residência da família dentro do castelo é poupada. Os irmãos de Francisco são encarcerados nas masmorras e condenados à morte, tendo no entanto obtido uma amnistia e sido libertados.
Durante muito deste período conturbado, Francisco não se encontrava em casa. O pai de Francisco morrera quando este tinha apenas nove anos e sua mãe, querendo que o filho estudasse, procurara enviá-lo para a universidade. No entanto, apesar das boas universidades castelhanas, como a de Salamanca e a de Alcalá, a mãe de Francisco não desejara naturalmente instruí-lo nas escolas do invasor, pelo que, aos catorze anos, o enviara para o Colégio de Santa Bárbara, em Paris, dirigido pelo português Diogo de Gouveia.
Capela de Saint-Denis, em Montmartre, Paris
No Colégio de Santa Bárbara, Francisco de Xavier foi preparado para prestar provas de admissão à universidade, completando estudos em filosofia, literatura e humanidades. É ainda aqui, que aprende a dominar as línguas francesa, italiana e alemã. É lá que vive todo o período que passa em Paris, primeiro como aluno e mais tarde como professor de filosofia do Colégio de Beauvais. Consta que terá feito grande sucesso entre os colegas por ser um rapaz muito inteligente, de espírito vivo e conversa fácil, bem constituído e bonito. Há relatos de que numa competição entre estudantes na ilha do rio Sena ter-se-á consagrado como campeão do salto em altura.
É neste período que conhece Inácio de Loyola, que sonhava formar uma companhia de apóstolos para a defesa e propagação do cristianismo no mundo. No início a relação entre Inácio e Francisco Xavier não era nada fácil,[2] pois os dois tinham objetivos antagônicos [3] mas Inácio convenceu Francisco Xavier com a seguinte frase: "De que vale a um homem ganhar o mundo inteiro se perder sua alma?" (Mc 8, 36),[4] que Francisco Xavier adotou como lema. Francisco Xavier aceita participar de exercícios espirituais orientados por Inácio e depois torna-se um dos cofundadores da Companhia de Jesus.[5][6]
No dia 15 de agosto de 1534,[7] Inácio de Loyola, junto com Francisco Xavier, Pedro FabroAlfonso SalmeronDiego LaynezNicolau Bobedilla e Simão Rodrigues, fizeram votos de castidade e pobreza na Capela de Saint-Denis, em Montmartre, Paris, colocando-se a disposição do papa, para serem enviados aonde houver maior necessidade, e desse modo estavam fundando, ainda sem saber, a Companhia de Jesus,[8] congregação religiosa destinada ao ensino, à conversão e à caridade.
Enquanto anseia o reconhecimento do papa, que só acontecerá em 1541, o grupo parte para Veneza com o objectivo de alcançar a Terra Santa. É aí, a 24 de Junho de 1537, que Francisco de Xavier é ordenado padre. Não chegando a pisar a Terra Santa em virtude da guerra entre venezianos e turcos, o grupo parte para Roma, onde Francisco serve por um breve período.