sexta-feira, 23 de maio de 2025

SÃO FRANCISCO XAVIER NO JAPÃO

Luz e Sombra de Nagasaki

São Francisco Xavier e as raízes do cristianismo no Japão

27 de agosto de 2015

Ao chegar ao Japão em 1549, o padre jesuíta Francisco Xavier desempenhou um papel fundamental na expansão inicial do cristianismo no país. Seu trabalho missionário incluiu pregações em Hirado, no noroeste da atual Prefeitura de Nagasaki, onde o cristianismo se enraizou com mais firmeza e os "cristãos ocultos" preservaram a fé durante séculos de proibição. Hoje, Hirado abriga inúmeras igrejas históricas, testemunhando a influência duradoura dos missionários espanhóis e portugueses.

Francisco Xavier no Japão
A chegada do padre jesuíta Francisco Xavier (1506-1552) a Hirado no verão de 1550 marcou uma importante reviravolta histórica para a remota ilha de Kyushu, que se tornou um centro do cristianismo no Japão. O missionário espanhol desembarcou em Kagoshima em 1549, antes de se mudar para Hirado, no noroeste da atual Prefeitura de Nagasaki, onde passou dois anos e três meses pregando o cristianismo no Japão.

Diz-se que Xavier conseguiu converter cerca de 100 japoneses ao cristianismo em Kagoshima, descobrindo pontos de semelhança entre os ensinamentos cristãos e o budismo. No entanto, após saber que um navio português havia chegado a Hirado em junho de 1550, viajou para a ilha em julho do mesmo ano, acompanhado pelo Padre Cosme de Torres e outro missionário, Juan Fernandez.

A missão em Kagoshima foi deixada para o primeiro cristão convertido do Japão, Anjirō (também conhecido como Yajirō e mais tarde como Paulo de Santa Fé), que ajudou a impulsionar a viagem de Xavier ao Japão. Os dois homens se encontraram em Malaca (hoje na Malásia), uma cidade fortificada que era um centro de comércio internacional na época. Embora existam poucas evidências confiáveis ​​sobre a vida de Anjirō, acredita-se que ele tenha fugido para o exterior em um navio português após cometer um assassinato em Kagoshima. Ele retornou com Xavier em 1549.

Uma estátua de Francisco Xavier na Igreja Memorial de São Francisco Xavier em Hirado.

Solo Frutífero

Diz-se que Xavier conquistou mais adeptos em apenas 20 dias de proselitismo em Hirado do que em um ano inteiro em Kagoshima. Em janeiro de 1551, a primeira igreja do Japão foi construída na ilha, cujas ruínas estão no Parque Sakigata, perto do restaurado Posto Comercial Holandês.

Enquanto isso, Xavier partiu para Kyoto em outubro de 1550, buscando uma audiência com o imperador, onde solicitaria permissão para pregar o cristianismo em todo o Japão — mais uma prova de seu sucesso em Hirado. Ele viajou para Kyoto via Yamaguchi junto com os missionários Fernandez e Bernardo, mas o tumulto do período dos Reinos Combatentes (1467-1568) havia deixado a antiga capital em ruínas. Ao descobrir que o imperador era uma figura de proa impotente, Xavier, desiludido, retornou a Yamaguchi. Durante esse período, Torres assumiu a responsabilidade pelo trabalho missionário em Hirado.

Xavier foi autorizado a usar um templo budista abandonado em Yamaguchi, onde pregou por vários meses. Documentos históricos afirmam que ele converteu mais de 500 japoneses nos seis meses anteriores a março de 1551. Uma visita a Hirado em abril provavelmente esteve relacionada à construção da igreja ali.

Para a Índia e a China

Em setembro de 1551, um navio português chegou à província de Bungo (atual Prefeitura de Oita), em Kyushu. Xavier viajou para lá para ouvir notícias das missões jesuítas na Índia. Concluindo que era mais necessário na Índia do que no Japão, embarcou imediatamente no navio português.

Esse foi o fim da estadia de Xavier no Japão, mas o país permaneceu em sua mente. Percebendo a influência da cultura chinesa no Japão, ele decidiu se mudar para a China e buscar convertidos lá. Chegou à ilha de Shangchuan em setembro de 1552, mas não conseguiu chegar ao continente, falecendo em 3 de dezembro de doença agravada pela exaustão física e mental. Ele tinha 46 anos.

Alguns dos missionários que viajaram para o Japão com Xavier continuaram suas atividades evangélicas, mas poucos anos após sua morte, começou a perseguição e execução de cristãos portugueses, espanhóis e japoneses.

Jesuíta japonês Sebastian Kimura

À medida que o cristianismo se espalhava, sua influência passou a ameaçar o domínio do budismo e o próprio poder do governo central, resultando em hostilidade e perseguição. Diz-se que a primeira mártir cristã no Japão foi Maria Osen, uma mulher de Hirado que foi executada em 1559 após desobedecer à ordem do marido de não adorar a cruz.

O mais famoso dos mártires de Hirado, no entanto, foi Sebastian Kimura (1565-1622), que se tornou o primeiro padre católico japonês. A família Kimura havia sido instruída por Matsura Takanobu, o daimyō de Hirado, a hospedar Xavier quando ele chegasse à ilha em 1550. Uma tradução de escrituras bíblicas selecionadas, concluída enquanto Xavier estava em Kagoshima, causou forte impressão no chefe da família Kimura, que estava entre os primeiros 100 habitantes de Hirado a serem batizados, recebendo o nome cristão de Antonio.

The descendants of Antonio Kimura were closely connected with the subsequent history of Christianity in the area. Antonio’s grandson Sebastian was born in 1565 and baptized at an early age. When he was 12, he became an assistant to a Catholic priest, performing a similar role to Buddhist novices of the day.

Despite the initial reluctance of the Jesuits to appoint Japanese priests, by around 1580 they had come to see the importance of engaging locals in furthering their evangelizing mission. In 1585, at the age of 19, Sebastian Kimura joined the Society of Jesus.

Just two years later, on July 24, 1587, shortly before completing the reunification of Japan, warlord Toyotomi Hideyoshi issued the Edict of Expulsion, forcing the Jesuits out of Kyoto and other locations. While some went to India, others retreated to Hirado or Nagasaki, which were overwhelmingly Christian. Here regional leaders and even daimyōs had been baptized, and it would be many years before the expulsion edict was successfully enacted in these areas.

Monument to the Hirado martyrs.

Under these circumstances, Sebastian Kimura continued his learning in such refuges as Shimabara and Amakusa. In 1595, he achieved another precedent by becoming the first Japanese to attend the Jesuit college in Macau.

Arrest and Execution

In 1600, the same year that Tokugawa Ieyasu established control of Japan at the Battle of Sekigahara, Sebastian Kimura returned to his homeland from Macau. In September 1601, at the age of 36, he was ordained as a priest.

He was first assigned to Kawachinoura in Hirado. But in 1614, persecution of Christians intensified and many priests were driven out of the country, although a considerable number of faithful continued to worship in secret. On June 29, 1621, Sebastian Kimura was betrayed to the authorities by a female servant who had been brought to Japan as a slave from Korea and who believed that by doing so she would win her freedom. Kimura and other believers were apprehended and ultimately beheaded or burned alive at the hill of Nishizaka in September 1622.

Despite persecution, many Christians remained hidden, secretly worshiping for centuries until they were discovered in March 1865 by the French priest Bernard Petitjean.

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quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

Devoção a São Francisco Xavier em Salvador no fim do século XIX.

 Pesquisa de Arôvel Lima, historiador baiano. Direitos reservados.  
Citação: 
OLIVEIRA, Arôvel Lima. Devoção a São Francisco Xavier em Salvador no fim do século XIX. Acervo pessoal. Disponível em: https://arovelprofessorhistoriador.blogspot.com/. Acesso em --/--/----.

1889

"No dia 10 do corrente (maio), teve logar a procissão, que, por voto do povo, se faz todos os annos, nesta capital, em louvor ao glorioso S. Francisco Xavier, padroeiro da cidade. Ao recolher-se occupou a tribuna sagrada o Rvm. padre mestre Manoel Ferreira dos Santos Cunha." - (grifo nosso)

fonte: Períodico Leituras Religiosas. 1889, 4ª edição.

"Quem se apoia em Deus e sabe que Deus o sustém, não pode ser fraco, por maiores esforços que o inimigo empregue" (Revista Leitura Religiosas, 1899, Bahia).

1899

"Sahiu na sexta-feira em procissão de penitencia a veneranda imagem de São Francisco Xavier da Cathedral para a egreja de N. S. da Piedade, onde ficará esposta a veneração dos fieis, acompanharão a procissão o nosso venerando arcebispo, o cabido, autoridades, dez irmandades, e tres ordens, religiosos dos conventos e uma inorme massa popular, rezando-o ladainha e diversos benditosuma foi cerimonia nunca vista."

Fonte: Períodico Leituras Religiosas. 1899, 13ª edição.

Em 1935, a procissão anualmente realizada em 10 de maio, foi marcada pela gravidade social causada pelas  chuvas torrenciais que atingiram a capital baiana. 

O Imparcial, 10/05/1935
O Imparcial, 11/05/1935




sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

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Sou Arôvel Lima, devoto de São Francisco Xavier, grande entusiasta da biografia deste grande santo. Há dez anos, pesquiso a vida de Xavier.

Meu whatsapp: 75 9 9250-5106.

arovellima@gmail.com

sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

Dois milagres de São Francisco Xavier na Índia: cura do leproso e ressurreição do catequista

 



Cura ao leproso - Visitando o Santo uma aldeia da mesma Costa da Pescaria, encontrou um pobre Paravá coberto de úlceras, falto de tudo, inteiramente nu e sem forças já para suportai a vida. O coração de Xavier comove-se profundamente à vista de tamanha dor e miséria. Ajoelha-se junto do doente, e fala-lhe com a voz entrecortada pelas lágrimas; consola-o com uma ternura paternal; lava as suas chagas, das quais ninguém se atreveria a aproximar-se, tão repugnantes eram elas, e cedendo ao seu ardente desejo de mortificações e de sofrimentos, lembrando-se, além disto, da delicadeza da sua natureza, que outrora chegava ao excesso, bebe, uma parte da água que servira para lavar as chagas do índio!!!... Afasta-se em seguida do lado do doente, que acabava de abraçar com afecto e solícita caridade, e entrega-se à oração.
Alguns instantes depois, levanta-se e volta para junto do doente... O Paravá olha para si, examina os seus membros, palpa-os e abre os grandes olhos... Estava curado! Suas chagas estavam cicatrizadas, seu corpo estava inteiramente limpo e não parecia ter sofrido nunca!

Ressurreição do catequista  
Antônio de Miranda era o catequista do nosso Santo, e por este título lhe era duplamente querido.
Uma noite, foi mordido por uma víbora que lhe causou a morte; o veneno desses répteis é mortal nas Índias. O Santa Padre é chamado; vai imediatamente, mas não vai ocupai-se dos seus funerais; precisa dele para a instrução dos índios, a glória de Deus e a salvação das almas carecem dos seus trabalhos
- "Antônio, diz-lhe o Santo, com voz forte e vibrante, em nome de Jesus Cristo, levantai-vos!"
E Antônio que morrera na noite precedente, levantou-se cheio de vida. As manchas do veneno que o matara desaparecem no mesmo instante. A multidão, presente aquele prodígio, solta gritos de alegria e de admiração ; lança-se aos pés do Santo Padre, chama-o o grande Deus, e ele vê-se obrigado a explicar-lhe que não é mais que o instrumento do grande Deus que reina nos Céus e que o enviou às Índias para se fazei conhecer, fazer-se amar, fazer-se servir por todos que o ouvem, e para bem doutros ainda, aos quais espera levar o seu nome.